"Todo o país é acelerado porque há um conjunto de vacinas a chegar"

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da Task Force do Plano de vacinação contra a COVID-19, esclareceu esta quarta-feira que a aceleração da vacinação irá ocorrer em todo o país e não apenas em Lisboa e Vale do Tejo.

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Filipa Matias Pereira
26/05/2021 21:36 ‧ 26/05/2021 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

A vacinação para as faixas etárias dos 40 e dos 30 anos será acelerada em todo o país, esclareceu, ao início da noite desta quarta-feira, o coordenador da Task Force do Plano de vacinação contra a Covid-19.

"Todo o país é acelerado porque há um conjunto de vacinas a chegar a território nacional em maior quantidade. Estamos a passar por uma fase em que regularmente temos cerca de 100 mil vacinas por dia para administrar", precisou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, em entrevista no Jornal das 8 da TVI. 

A questão levantou-se depois de, ontem, numa conferência de imprensa liderada pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, ter sido anunciado que ia haver uma aceleração da vacinação em Lisboa e Vale do Tejo, antecipando-se o processo para as faixas etárias dos 40 e 30 anos. Ao final da noite, uma fonte da Task Force adiantou à RTP que a medida seria estendida a todas as Administrações Regionais de Saúde. 

Pouco depois, numa mensagem publicada na conta oficial do Governo na rede social Twitter, o Executivo escreveu que, devido ao "bom ritmo do Plano de Vacinação Anti-COVID19 e da disponibilidade de vacinas, foi decidida a aceleração da vacinação a nível nacional".

Agora, em entrevista à TVI, o responsável pela Task Force acrescentou que, no país, "havia regiões que estavam mais atrasadas percentualmente do que outras", como Lisboa, Algarve e o Norte. Estas regiões, adiantou, "vão ser ligeiramente aceleradas relativamente a outras para terem a mesma percentagem de população vacinada em termos genéricos".  

O vice-almirante fez-se acompanhar por um gráfico que demonstra a cobertura vacinal no território nacional e onde é percetível que o Alentejo lidera com 43% da população vacinada. Esse rácio é explicado porque a vacinação é feita por "faixas etárias e as regiões têm uma estrutura etária diferente. Há regiões que têm uma população mais jovem e outras que têm uma população mais idosa. As que têm uma população mais idosa avançaram em relação à população global". 

A forma de raciocinar sobre a pandemia tem de mudar necessariamente

Gouveia e Melo mostrou-se alinhado com o Presidência da República, que defende uma mudança na matriz de risco considerando a taxa de imunidade. "Acho que se tem de haver um revisão este é o momento certo porque uma coisa é ter indicadores com a população totalmente suscetível e não vacinada e outra coisa é ter indicadores de uma população que vai estando gradualmente vacinada e, neste momento, atingiu uma meta importante que é proteger a parte mais frágil da população. A forma de raciocinar sobre a pandemia tem de mudar necessariamente", sustentou.

Questionado se esta revisão de valores seria para impedir que Lisboa tivesse de retroceder no desconfinamento, como foi apontado por alguns autarcas e observadores, o coordenador da Task Force respondeu de forma paradigmática: "Não, claramente que não". 

"Pensamos em termos globais. O que estava a acontecer era que Lisboa estava mais atrasada na vacinação percentual. O que tentamos fazer é que, com um maior fluxo de vacinas, essas percentagens fiquem equilibradas relativamente ao resto das regiões", alegou.

O coordenador deixou ainda a garantia de que "vamos chegar todos aos 70% da imunidade de grupo, não se vão deixar bolsas no país". 

Gouveia e Melo recusou a possibilidade de desperdiçar vacinas, considerando o limite de idade dos imunizantes da AstraZeneca e da Johnson & Johnson. "Não corremos esse risco [de deitar vacinas fora] porque há outros povos que podem beneficiar dessas vacinas noutro estado. Podemos ceder essas vacinas". 

Corremos o risco, isso sim, "de essas vacinas não contribuírem para o plano nacional. Como têm limitação de idade, uma vez vacinada essa faixa etária, as vacinas que chegarem já não são úteis". Portugal ainda terá de administrar cerca de um milhão de vacinas da AstraZeneca, correspondentes a segundas doses, mas os imunizantes que chegarem depois "não terão efeito no nosso plano nacional". 

É previsível que o autoagendamento das pessoas com mais de 50 anos esteja disponível a partir de amanhã à tarde, quinta-feira, mas a vacinação deste grupo etário já está a decorrer através de agendamento local, indicou o responsável. 

Salvaguardando que não é um especialista em saúde, Gouveia e Melo considerou "natural, com as novas estirpes, que este processo seja como o da gripe e de, de tempos a tempos, termos de tomar uma vacina" contra a Covid-19. 

Leia Também: "70% da população com pelo menos uma dose de vacina a 8 de agosto"

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