Turistas em Lisboa desapontados com monumentos fechados devido a greve

Dezenas de turistas manifestaram hoje tristeza e frustração ao encontrarem fechados os monumentos na zona de Belém, em Lisboa, devido a uma greve de trabalhadores que reivindicam atualização do pagamento do trabalho suplementar aos feriados.

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Lusa
18/04/2025 13:35 ‧ ontem por Lusa

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A greve ao trabalho suplementar e em dias de feriado dos trabalhadores da portaria e vigilância dos 38 equipamentos da Museus e Monumentos de Portugal, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), começou hoje e foi convocada para todos os feriados até ao final deste ano.

 

Segundo a sindicalista Catarina Simão, cerca das 10:30 estavam encerrados pelo menos o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, a Fortaleza de Sagres, o Convento de Cristo (Tomar) e o Paço de Guimarães.

Em Lisboa estavam encerrados os museus dos Coches, do Azulejo e de Arte Antiga, assim como o Machado de Castro, em Coimbra, o Rainha D. Leonor (Beja) e o Frei Manuel do Cenáculo (Évora).

Em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, um cartaz justificava em português e em inglês as baias que impediam o acesso ao monumento português mais visitado: "Monumento encerrado por motivo de greve".

Numa manhã de chuva intensa, grupos de turistas não escondiam a tristeza, frustração e desilusão quando se deparavam com o acesso negado.

"Não há direito que tenhamos vindo de Espanha e não possamos entrar, numa Sexta-feira Santa. E com os bilhetes comprados", reclamou Manoli, vinda num grupo de Madrid para uma escapadinha em Lisboa, onde já não estará mais dias.

De muito mais longe, da Cidade do México, veio Marcela, que não escondia o mesmo desapontamento que sentiam Judy e CK, estes vindos dos Estados Unidos para conhecer a capital portuguesa.

"Vim de muito longe e este é o lugar mais importante para visitar em Lisboa. Então estou muito triste de não poder entrar, realmente", disse a mexicana, que queria mesmo visitar os Jerónimos e iria tentar adaptar os seus planos em Lisboa para ainda voltar.

"Tentaremos voltar amanhã, mas temos a viagem toda planeada. Não sabemos se conseguiremos. Iremos tentar", disse, pelo seu lado, Judy.

À porta do monumento, Orlando Almeida, da FNSTFPS, ia dando explicações aos turistas e assegurou aos jornalistas que "os trabalhadores estão juntos e estão mobilizados para a luta, para exigirem um pagamento justo do trabalho ao dia de feriado e para um justo pagamento do trabalho suplementar".

O sindicalista contou que os representantes dos trabalhadores se reuniram em dezembro com a ministra da Cultura, ficou o compromisso de uma negociação a partir de janeiro, mas apenas aconteceu uma reunião no fim de março "em que não foi apresentada rigorosamente nenhuma proposta".

"É óbvio que os trabalhadores precisam de uma resposta, precisam da valorização do seu trabalho, porque estes trabalhadores abrem os museus, o nosso património, aos feriados, aos sábados, aos domingos. É um setor importantíssimo também para o turismo, para a educação. (...) Por isso, mais do que justo é esta valorização que exigem", disse.

Segundo o responsável sindical, estes funcionários ficaram esquecidos no rol das 17 carreiras que o Governo diz que já valorizou, e continuam a ganhar cerca de "15 a 20 euros ao dia" ou "cerca de três euros à hora" pelo trabalho suplementar.

"Vir a um feriado, e se calhar há alguns casos que têm que vir transporte próprio, gastar gasolina, combustível, portagens, se for o caso, quase que vêm pagar para vir trabalhar", considerou.

A Museus e Monumentos de Portugal disse entretanto, em resposta escrita à Lusa, que "continuará o diálogo com os sindicatos e com as tutelas, tendo em vista a progressiva resposta às reivindicações dos seus trabalhadores, incluindo aquelas, como a remuneração do trabalho suplementar, que implicam uma revisão do quadro legal atualmente em vigor".

Em 2023, os 38 equipamentos da Museus e Monumentos de Portugal tiveram mais de cinco milhões de visitas, nem todas pagantes.

Segundo o sindicato, esta empresa pública tem um total de cerca de 1.100 trabalhadores.

A agência Lusa contactou a Museus e Monumentos de Portugal sobre a greve e a possibilidade de abertura de negociações com trabalhadores, no início da semana, e aguarda resposta.

Leia Também: Trabalhadores de museus e monumentos em greve aos feriados a partir de hoje

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