O arquiteto do prédio onde o apartamento de Cristiano Ronaldo, na rua Castilho, em Lisboa, se insere fez uma publicação no Facebook onde 'ataca' a marquise posteriormente construída, prometendo que não vai "assistir parado" ao que se passa. Num texto intitulado 'O Autogolo de CR7', escrito esta quinta-feira, José Mateus fez questão de demonstrar o seu descontentamento.
Na rede social, o arquiteto começa por referir que "a admiração e respeito que tinha por Cristiano Ronaldo, um atleta exímio e inspirador, um exemplo para todos que muitas vezes referi perante os meus filhos e alunos, desmoronou-se num ápice."
E explicou, em seguida, a razão para se ter 'desencantado' com o craque da seleção nacional e da Juventus: "Comprou um apartamento no edifício Castilho 203, cuja arquitetura foi desenhada pela ARX, atelier que fundei com o meu irmão Nuno em 1991 e que baseia o seu trabalho, tal como CR7, numa dedicação extrema, níveis de exigência altíssimos, trabalho diário duríssimo".
Contudo, "assistir ao desrespeito e à conspurcação de forma ignóbil do nosso trabalho, da nossa arquitetura, sem ter cumulativamente a anuência dos arquitetos, dos vizinhos e sem projeto aprovado pela CML [Câmara Municipal de Lisboa], construindo à bela 'maneira antiga' uma marquise no coroamento do edifício, é algo a que não vou assistir parado", destacou José Mateus.
"Há cultura, há autorias, há regras, há respeito pelos outros e pelo trabalho dos outros, há civismo, há princípios que não admito que sejam atropelados. Seja por quem for", acrescentou ainda na rede social.
Se "inúmeras vezes" vibrou "com a arte de CR7" e se emocionou "com os seus golos extraordinários", o arquiteto José Mateus considera que hoje o internacional português "marcou um autogolo".
"Aquele que me ficará gravado para sempre, na minha arquitetura, e sob a forma de um profundo desprezo", terminou.
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