O projeto será dinamizado pela Beira Serra - Associação de Desenvolvimento e terá como base a participação social e o envolvimento da comunidade local, tendo começado a ser delineado no dia em que se assinalou o primeiro aniversário de uma outra horta social que já está em funcionamento noutra freguesia do concelho.
Então, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, lançou o desafio à Beira Serra para organizar um espaço semelhante no Bairro Social da Alâmpada, projeto que acabou por avançar e que vai colocar ao dispor de famílias carenciadas talhões de cultivo agrícola, que devem contribuir com alguns alimentos na mesa dos beneficiários diretos e restante família.
Com um orçamento de cerca 100 mil euros, o projeto vai prolongar-se, pelo menos até final de 2020, e conta com financiamento partilhado, sendo que uma parte é assegurada pela iniciativa Portugal Inovação Social (70%) e outra pela Câmara da Covilhã (30%).
Além disso, a autarquia também disponibiliza os terrenos que estão já a ser divididos e para os quais já apareceram os primeiros interessados, tal como foi hoje apontado pelo coordenador da Beira Serra, Marco Gabriel.
Este responsável destacou ainda o facto de o projeto ter como base uma gestão partilhada e comunitária, de poder contribuir para a autossuficiência alimentar, para a valorização da agricultura biológica familiar, ao mesmo tempo que ajuda a requalificar a paisagem urbana e contribui para a sustentabilidade ambiental.
"É um projeto que reputamos da maior importância para a comunidade do Bairro da Alâmpada, para a freguesia e para o concelho", acrescentou o presidente da direção da Beira Serra, Albino Santarém, lembrando que esta produção também permitirá que as pessoas possam ter alguns alimentos frescos.
Uma ideia que também foi vincada pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, que apontou igualmente o facto de este projeto poder contribuir para afirmar a componente solidária e de entreajuda, bem como de poder contribuir para a inclusão social e para incutir o gosto e o prazer por trabalhar a terra.
Presente na sessão, Alexandra Neves, representante regional do Centro da Portugal Inovação Social, lembrou a dificuldade que representa para as associações a obrigatoriedade de encontrar uma componente de financiamento (30%) e destacou o empenho que a Beira Serra depositou nessa missão e na concretização da candidatura.
Frisou ainda o impacto que estas ações têm nos beneficiários e mostrou-se satisfeita por a Portugal Inovação Social ser parceira deste projeto.
"Vocês estão a ajudar o próprio Estado e a política pública a dar qualidade de vida a estas pessoas", disse.
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