Numa altura em que a época balnear arrancou apenas em algumas zonas do país, Alexandre Tadeia disse à Lusa que melhores condições económicas e sociais seriam um incentivo para os mais de cinco mil formados que existem.
O presidente da FEPONS lembrou que a época balnear só abre oficialmente no próximo sábado [apesar de em algumas regiões do país já ter arrancado] e que esta é a fase de captação" e, portanto, é ainda uma incógnita se vai haver ou não falta de nadadores-salvadores nas praias.
"Estamos naquela fase em que a maioria da praias e piscinas ainda não iniciou a época balnear, ainda estamos naquela parte de captação dos nadadores-salvadores em grande parte do país. Esta fase é sempre uma incógnita porque (...) muitos dos nadadores-salvadores são estudantes aniversários e nós nunca sabemos quantos estão disponíveis para trabalhar", contou.
No entanto, Alexandre Tadeia sublinha que o número de formados é suficiente.
"Formados temos em quantidade suficiente, mas a questão é saber, dos que são formados, quais estão disponíveis para trabalhar. Temos mais de cinco mil formados com curso válido em Portugal, segundo dados do Instituto de Socorro a Náufragos e Autoridade Marítima Nacional. São suficientes para as necessidades se todos estivessem disponíveis", disse.
Por isso, a FEPONS defende desde há alguns anos a implementação de incentivos fiscais e sociais, para assim estarem mais disponíveis.
"Senão todos os anos vamos ter este dilema. Ninguém sabe se vamos ter nadadores-salvadores suficientes. Neste momento o que temos é a certeza que temos uma época balnear à porta, temos pessoas suficientes, mas não sabemos quantos estão disponíveis e querem trabalhar", salientou.
Entre as propostas da FEPONS estão a isenção de IRS, IVA, de taxas moderadoras ou de propina e um regime especial de contratação.
"Está a fazer falta um regime de incentivos tal como, por exemplo, os bombeiros voluntários que prestam serviço na época de incêndios e que têm legislados um conjunto de apoios sociais e fiscais. Seria interessante que os nadadores tivessem", disse.
No entanto, Alexandre Tadeia salientou que, neste momento, "de uma forma superficial, a lei tem empurrado e determinado que são as autarquias em todo o país responsáveis pela assistência a banhistas" e isso dará alguma estabilidade ao sistema.
"As autarquias têm outro poder económico para dar melhores condições quer materiais, quer laborais e financeiras aos nadadores-salvadores. Por aí, achamos que a passagem pela autarquia será bastante positiva", disse.
Numa altura em que a maioria das praias ainda está sem vigilância e já há a lamentar a morte de um homem na praia da Calada, no concelho de Mafra, Lisboa, Alexandre Tadeia deixou um alerta aos banhistas.
"Claramente, o melhor conselho que se pode dar é: frequentar lugares vigiados. Esta é a regra mais simples e básica da segurança aquática. Quando estamos num momento em que há poucos espaços vigiados, é preciso ter extremo cuidado. Vão para uma área balnear vigiada e sigam as regras de segurança enunciadas no edital de praia, que está à entrada da praia, um documento que muito pouca gente lê, mas onde estão todas as recomendações e regras de segurança", disse.
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