Manifesto Açoriano considera "excessiva" política de contenção do vírus
O porta-voz do Manifesto Açoriano, que defende os interesses dos empresários da ilha de São Miguel, classificou hoje de "excessiva" e "insensata" a política de controlo da Covid-19 na região.
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País Covid-19
Pedro Arruda, que falava em Ponta Delgada, à margem de uma vigília que concentrou cerca de 40 pessoas junto à sede da presidência do Governo dos Açores, disse que "o protesto pretende assinalar aquilo que se acha uma medida excessiva e insensata nesta altura".
"Em pleno fim de semana de feriados nacionais, com a ilha de São Miguel já razoavelmente composta de turismo, principalmente nacional, nos dois principais concelhos com maior oferta de restauração [Ribeira Grande e Ponta Delgada], os turistas estão a ser expulsos dos restaurantes para serem encaminhados para outros concelhos que não vão ter a capacidade para servir estas pessoas", declarou Pedro Arruda.
Para o porta-voz do movimento, este não é um "bom cartaz turístico nem uma boa medida de conter a pandemia", com "prejuízos muito sérios e graves para os empresários, que se veem impossibilitados de faturar".
Pedro Arruda considera que não faz sentido que a restauração encerre às 20:00 quando "há oito pessoas internadas, neste momento, no Hospital de Ponta Delgada", sendo que, "em março, o secretário Regional da Saúde garantiu que o plano de contingência daquele hospital comportaria até 80 internamentos covid-19".
O porta-voz do Manifesto Açoriano referiu que se deve ter em consideração o volume dos internamentos como o "fator mais importante", sublinhando que "os grupos de risco estão vacinados e os casos positivos que existem são das camadas mais jovens, com muito menos risco de contrair formas mais graves da doença da covid-19".
Pedro Arruda defende que a positividade dos testes deve ser "gerida de outra maneira", não se devendo criar uma matriz de risco que se "baseia apenas" neste fator.
Para o empresário, a "fiabilidade do teste não é a melhor" e não há lugar a um diagnóstico médico "no sentido de perceber se já teve a doença, se tem uma carga viral que permita a disseminação ou não, qual o grupo de risco que se pode encaixar ou se comporta algum risco" na sua profissão e atividade diária.
"Esses são fatores que têm que necessariamente ser incluídos nos Açores no tratamento dos casos positivos. Não faz sentido que a Direção Regional da Saúde não tenha capacidade para fazer contra-análise e diagnósticos médicos dos 20, 30 ou 40 casos que apareçam por dia", frisou.
Pedro Arruda afirma que "isso seria uma forma de proteger o tecido económico", uma vez que os empresários "estão numa situação difícil neste momento, há 18 meses a serem sucessivamente e repetidamente impossibilitados de trabalhar".
Questionado na sexta-feira sobre a vigília de hoje, o presidente do Governo dos Açores disse que "as decisões do governo foram científica e politicamente validadas", acentuando que o arquipélago está "no bom caminho" no que diz respeito ao combate à pandemia.
Os Açores registam 315 casos ativos, sendo 313 em São Miguel, um na Terceira e um no Faial.
A pandemia de provocou, pelo menos, 3.787.127 mortos no mundo, resultantes de mais de 175,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.044 pessoas dos 855.951 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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