Medina promete resposta a "campanha de ataques" ao "nível do delírio"
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa indicou esta tarde de domingo aos jornalistas que as conclusões sobre a análise ao caso da revelação da identidade de ativistas russos serão anunciadas nos próximos dias. Fernando Medina repudiou, ainda, o "evidente aproveitamento político" do caso.
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País Fernando Medina
Fernando Medina disse este domingo aos jornalistas que os "ataques" de que tem sido alvo, a nível pessoal e na figura de presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), não ficarão sem resposta, referindo-se às reações à revelação das identidades de ativistas russos à Embaixada da Rússia, por parte da autarquia, naquilo que foi classificado como um erro no funcionamento dos serviços.
"Espero que isto esteja concluído nos próximos dias, porque entendo que a gravidade deste assunto exige que seja tratado com sentido de responsabilidade e sentido de urgência", disse, relativamente às conclusões provenientes da investigação da câmara ao sucedido.
"Nessa altura direi, também, aquilo que tenho a dizer sobre esta campanha de ataques, de insultos, de ignomínias que tem sido feita à CML ao presidente da CML, que também não ficarão sem resposta", acrescentou, após a inauguração do Parque Urbano Gonçalo Ribeiro Telles, na Praça de Espanha.
Fernando Medina sublinhou que, "a par da constatação do problema, houve um evidente aproveitamento político, na tentativa de simplesmente tirar dividendos do problema". O autarca disse que foi alvo de "acusações torpes", que são "mais do que delirantes". "O conluio da CML e da minha pessoa para com o regime de Putin... Só está ao nível do delírio, se não fosse absolutamente inaceitável", afirmou.
"Essas pessoas que têm proferido e têm repetido [ataques] não vão ficar sem resposta, porque na política não vale tudo", concluiu.
Recorde-se que os jornais Expresso e Observador noticiaram na quarta-feira que a Câmara Municipal de Lisboa fez chegar à Embaixada da Rússia em Lisboa os nomes, moradas e contactos de três ativistas russos que organizaram em janeiro um protesto, em frente à embaixada, pela libertação de Alexey Navalny, opositor do governo russo.
A partilha destes dados foi reconhecida pelo presidente, que pediu desculpas públicas aos envolvidos e explicou ter-se tratado de um erro no funcionamento dos serviços. Mais tarde, anunciou que pediu uma auditoria sobre os procedimentos da autarquia relativos à realização de manifestações no município nos últimos anos.
Questionado sobre o e-mail recebido pela autarquia em março, com a queixa de um dos ativistas, Medina foi contundente: "A Câmara recebeu esse e-mail, deu, aliás, razão ao manifestante que estava a contestar o procedimento da Câmara, e é em função desse e-mail que a Câmara altera o seu comportamento".
O governante explicou que a Câmara tem "mais de 12 mil funcionários" e "centenas de departamentos", sendo por isso que esta questão não chegou de imediato ao seu conhecimento. Porém, ressalvou, "a Câmara já tinha tomado em abril as medidas necessárias", sem intervenção do presidente.
Segundo o autarca, esta avaliação tem como finalidade saber se a correção de procedimentos efetuados em abril "foi suficiente ou se, pelo contrário, é preciso tomar outras medidas".
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