Covid teve "impacto significativo" na diminuição de mortes nas estradas
A pandemia teve "um impacto significativo no resultado" das mortes nas estradas em Portugal no ano passado, em que as vítimas mortais diminuíram 21% em comparação com 2019, revelou hoje o Conselho Europeu de Segurança nos Transportes.
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País Mortalidade
O relatório divulgado pela Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), membro do Conselho Europeu de Segurança nos Transportes (ETSC), sobre os dados da sinistralidade na União Europeia na última década indica que morreram 495 pessoas em Portugal durante o ano de 2020 em acidentes rodoviários, uma redução de 47% comparativamente a 2010.
Segundo o documento, as mortes nas estradas portuguesas diminuíram entre 2010 e 2013, verificando-se em seguida seis anos de abrandamento.
"O ano da pandemia teve um impacto significativo no resultado geral, uma vez que as vítimas mortais diminuíram 21% em 2020 em comparação com 2019. O número de feridos graves registados diminuiu 29% no período de 2010-2020", sublinha o ETCS.
Esta organização precisa também que "a diminuição das deslocações devido à pandemia de covid-19 é a principal causa da quebra de 17% das mortes nas estradas no ano passado na União Europeia".
De acordo com o ETCS, 18.844 pessoas perderam a vida em acidentes rodoviários na UE em 2020, menos 10.847 do que em 2010, o que representa uma redução de 37%.
Segundo a organização 56.305 vidas foram salvas nas estradas da UE em comparação com o número de possíveis mortos se as vítimas mortais tivessem permanecido ao mesmo nível que em 2010".
O ETCS dá conta de que a poupança nos custos humanos resultante desta redução de mortes foi avaliada em cerca de 156 mil milhões de euros, de acordo com investigação da UE.
O relatório indica também que "apenas um Estado-membro da União Europeia excedeu a meta da UE de reduzir as mortes nas estradas em 50% ao longo da década até 2020", tendo sido a Grécia a conseguir uma redução de 54%.
O documento sublinha que Portugal, Espanha, Croácia, Bélgica, Eslovénia, Itália, Lituânia, Bulgária, Dinamarca, Áustria e Hungria registaram uma diminuição superior à média da UE de 37%, enquanto os progressos foram mais lentos nos Países Baixos, com uma redução de 5%, e o Reino Unido com 14% em 10 anos.
O diretor-executivo do ETSC, António Avenoso, considerou a segurança rodoviária "uma questão de saúde pública" e alertou para "uma década de quebra de regras e excessos", depois de meses de confinamentos e de obedecer a regras restritivas.
"A pandemia matou 3,5 milhões de pessoas em todo o mundo. Na última década, pelo menos 13 milhões morreram nas estradas em todo o mundo. A extraordinária e necessária resposta global à pandemia de covid-19 mostrou como os decisores políticos e a sociedade no seu conjunto podem agir quando a maioria das pessoas está a trabalhar para um objetivo comum", disse o responsável questionando se é possível "aplicar o mesmo foco aos desafios da segurança rodoviária".
O ETSC é uma organização independente e sem fins lucrativos dedicada à redução do número de mortes e ferimentos nos transportes na Europa, tendo em Portugal a Prevenção Rodoviária Portuguesa como membro.
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