À margem da Sessão de Encerramento do Ano Académico do Colégio da Europa, em Bruges, Bélgica, António Costa justificou o 'travão' que o Conselho de Ministros decidiu, na quinta-feira, aplicar a Lisboa.
Contrariamente ao que alguns especialistas defendiam, nomeadamente a antecipação para esta semana de um eventual recuo de Lisboa no plano de desconfinamento, António Costa vincou que "é fundamental, para assegurar a previsibilidade possível da vida das pessoas neste contexto de pandemia, que se respeitem os calendários da tomada de decisão e por isso não fomos abrir uma exceção quanto à metodologia dos concelhos e que será adotada para Lisboa, se for esse o caso".
Porém, acrescentou, "quando olho para realidade dos números e percebo que dois terços do problema estão concentrados na Área Metropolitana de Lisboa (AML) e o resto do país está essencialmente tranquilo, qual é a primeira medida que tenho de tomar? É evitar a expansão para o resto do país".
Esta é, como vincou o líder do Executivo, apenas "uma medida entre várias". Outra delas diz respeito à norma introduzida pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que reduziu o intervalo da segunda toma da vacina da AstraZeneca para oito semanas.
Simultaneamente, foi decidido aumentar os números de postos de vacinação na região de Lisboa, bem como o horário, e há enfermeiros que estavam "nas funções de registo e têm maior experiência que estão a ser transferidos para a vacinação de forma a acelerar o processo".
António Costa lembrou também a norma da DGS quanto à realização de testes no âmbitos de eventos familiares, desportivos e culturais, realçando que os testes podem ser adquiridos nas farmácias a preços "acessíveis".
Na próxima semana, "vamos aprovar a legislação nacional sobre o certificado digital, permitindo a sua utilização para um conjunto vasto de atividades. E isso será um bom incentivo para que as pessoas se testem", sendo que depois "poderão gozar de maior liberdade tendo o seu certificado digital".
O chefe de Governo reiterou a importância da consciência coletiva para controlar a pandemia. "Se as pessoas não têm consciência daquilo que têm de fazer, é impossível". As forças de segurança "têm estado a atuar na via pública", mas "todas as indicações que temos é que a grande parte das contaminações são em festas particulares ou comemorações familiares e aí o estado não pode fiscalizar. Sabemos que [no âmbito de] uma festa de anos onde estiveram 500 pessoas, no início da semana já estavam 90 infetadas. As pessoas têm de ter responsabilidades e não podem ter festas de anos com 500 pessoas".
Insistiu António Costa que o que foi "adotado é a medida da razoabilidade" e que a gestão da pandemia se deve nortear pelo "princípio do bom-senso", de acordo com o qual se deve "fazer o que é necessário e nada mais do que é necessário".
"Não podemos ter o comportamento como bem entendemos e ter um polícia a impedir que façamos o que não devemos fazer. Não podemos andar para trás e a melhor forma de não andarmos para trás e cada um fazer o que lhe compete", rematou.
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