'Fechar' AML? Medida é "ineficaz" e "muito perigosa"
No habitual comentário de sexta-feira na SIC Notícias, Francisco Louçã alertou que a regra de limitar as entradas e saídas na Área Metropolitana de Lisboa não se pode estender por muito tempo, uma vez que o país já não está em Estado de Emergência. Além disso, considerou a medida ineficaz e defendeu, em vez disso, acelerar a vacinação nos próximos 15 dias.
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País Covid-19
O aumento galopante de casos de Covid-19 na região de Lisboa e as novas medidas adotadas pelo Governo para fazer face a essa situação foram o tema central do habitual comentário de Francisco Louçã, esta sexta-feira, na SIC Notícias.
O fundador e antigo coordenador do Bloco de Esquerda (BE) considera que a possibilidade de "estender no tempo" (renovando em Conselho de Ministros) a limitação da circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) é "muito perigosa do ponto de vista da legalidade".
Louçã reconhece que existe a possibilidade, em situação de calamidade, de "haver medidas de emergência, localizadas e por um período curto" de tempo, mas não mais do que isso.
"Pensar, como parece pensar o primeiro-ministro, que isso se pode estender ao longo do tempo (...), isso não pode ocorrer. A lei portuguesa só permite, para isso, o Estado de Emergência, porque é o Parlamento que o decide", sublinhou.
O comentador compreende que o Governo quis dar um sinal de alerta, perante o agravamento da situação pandémica em Lisboa, mas considera que "o grande problema da medida é que ela é ineficaz". "Porque há quase três milhões de pessoas na AML. A vida não muda dentro desta gigantesca bolha", explicou.
Para o economista, parece "não haver outra [solução] senão testar cada vez mais, e vacinar muito depressa".
"O que se pode fazer em 15 dias no país? Vacinar, em velocidade de cruzeiro, um milhão e meio de pessoas", afirmou Francisco Louçã, apontando que existem centros de vacinação que têm cumprido a sua capacidade, mas outros que estão "subutilizados, com utilização de menos de um terço da sua capacidade".
"Portanto é preciso utilizar os meios intensamente. É preciso, se necessário, abrirmos 24 horas ou ter alguns [centros] abertos 24 horas, muitos abertos até à meia-noite. Era possível começar a vacinação de pessoas com mais de 20 anos ou com 30 anos", sugeriu.
Para o antigo coordenador do BE, só "vacinando intensamente nas próximas duas semanas" é que se pode evitar que a situação de Lisboa se estenda ao país inteiro.
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