"É na população em idade ativa, nos homens e nas pessoas com mais escolaridade que se verifica maior resistência em relação à toma da vacina", indicam os dados mais recentes, que abrangem a quinzena 11-25 de junho, do barómetro covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa.
O estudo, que acompanha as perceções e comportamentos dos portugueses desde o início da pandemia, refere que 86,7% das pessoas ainda não vacinadas quer tomar a vacina, valores que os investigadores da ENSP consideram "confortáveis", mas deixando o alerta para a importância de estar atento aos "perfis resistentes".
De acordo com este barómetro de opinião social, 6,5% dos inquiridos diz não ter intenção de ser vacinado, valor semelhante aos hesitantes, os 6,8% que não decidiram se pretendem receber ou não a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2.
Na quinzena analisada, são os participantes no inquérito com ensino superior que mostram mais resistência relativamente à toma da vacina -- 7,7% não pretendem tomar e 6,3% ainda não decidiu -, enquanto, nas pessoas com ensino secundário, os valores são de 1,9% e 9,3%, semelhantes aos participantes com nível de escolaridade até ao 9º ano.
"Como os grupos etários mais velhos estão quase totalmente ou parcialmente vacinados, as incidências mais elevadas da resistência à vacinação evidenciam-se agora nas faixas dos jovens adultos", explica Ana Rita Goes, coordenadora científica do barómetro covid-19, que indica que, nas últimas quinzenas, a perceção de segurança e eficácia das vacinas tem-se mantido relativamente estável, com mais de 90% dos inquiridos a considerá-las seguras ou muito seguras e eficazes ou muito eficazes.
"A análise desta quinzena incidiu também sobre os comportamentos de proteção adotados pelas pessoas vacinadas, tendo-se verificado que 70% dos inquiridos continua a usar sempre a máscara quando está com pessoas que não vivem consigo e que cerca de 80% evita sempre ajuntamentos", refere ainda a ENSP.
Em Portugal, morreram 17.096 pessoas e foram confirmados 879.557 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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