O Sindicato dos Médicos do Sul diz que os cuidados de saúde materna estão em risco no Hospital de Cascais e acusa a administração de violar a lei ao colmatar as falhas de pessoal com profissionais que não são da especialidade.
Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a estrutura relata que teve conhecimento do recrutamento, através de uma empresa de trabalho temporário, de médicos de Medicina Geral e Familiar para a urgência de Obstetrícia e Ginecologia daquela unidade.
"De forma a colmatar as sucessivas falhas de pessoal nas equipas de urgência, a administração hospitalar, em acordo com a direção de serviço, opta por subverter as escalas, colocando médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar a desempenhar funções que devem caber a médicos especialistas em Ginecologia e Obstetrícia", denuncia o Sindicato, apontando que se trata de uma decisão ilegal, por violar a Portaria n.º 8/2014 e a norma do Colégio da Especialidade de Ginecologia/Obstetrícia da Ordem dos Médicos.
O Sindicato dos Médicos da Zona Sul conta que o Serviço de Urgência tem sido assegurado "apenas por três elementos, muitas vezes apenas por um especialista e dois internos" e alerta para a urgência de tomar medidas que motivem a fixação dos médicos, reforçando o Serviço Nacional de Saúde e dando condições dignas de trabalho para quem nele exerce.
"A qualidade da prestação de cuidados à saúde da mulher e da grávida está em risco num hospital que se recusa a assumir as falhas de pessoal e vai tentando colmatar através de profissionais que não são da especialidade", acrescenta o comunicado.
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