Joe Berardo foi esta quinta-feira ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, durante 45 minutos. O Comendador, avança a SIC Notícias, sentiu-se mal e teve de ser assistido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
No local, estiveram dois técnicos que se dirigiram numa ambulância e que assistiram o empresário madeirense dentro das instalações do tribunal. Não foi necessário encaminhar Berardo para uma unidade hospitalar.
A defesa, recorde-se, tem sublinhado por diversas vezes o frágil estado de saúde do Comendador.
Esta será a terceira noite que Joe Berardo irá passar no Estabelecimento Prisional anexo à Polícia Judiciária, em Lisboa. O juiz marcou para as 9h00 de sexta-feira (2 de julho) "a continuação das diligências, com a definição do estatuto coativo dos arguidos", ou seja, a aplicação das medidas de coação consideradas adequadas aos arguidos - Joe Berardo e o advogado André Luiz Gomes.
Ainda de acordo com a SIC Notícias, o Ministério Público acredita que há perigo de fuga, sendo que os procuradores vão defender que seja aplicada a Joe Berardo uma medida de coação mais pesada que o termo de identidade e residência. O MP, de acordo com o canal, acredita ainda que há o risco de o empresário continuar a atividade criminosa.
O que está em causa?
O empresário Joe Berardo e André Luiz Gomes estão indiciados por burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.
O caso, que conta com 11 arguidos (cinco pessoas individuais e seis pessoas coletivas) foi tornado público depois de uma operação policial em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, três das quais a estabelecimentos bancários, e que levou à detenção do empresário e colecionador de arte e do seu advogado de negócios André Luiz Gomes, suspeito pelos mesmos crimes.
Segundo comunicados da PJ e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa no processo está um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.
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