"Os migrantes vão ser vacinados, o que poderá aliviar as transmissões entre eles", afirmou Laura Rodrigues na quinta-feira à noite, na assembleia municipal, sem dar mais detalhes.
Segundo a autarca, a 'task-force' aprovou a proposta das autoridades locais de saúde.
"Não podemos parar, necessitamos de muita mão-de-obra, os migrantes são quem nos dá essa mão-de-obra, por isso vemos com muito bons olhos a sua vacinação, porque a vacinação é o único caminho para controlar a pandemia", disse o presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste, Sérgio Ferreira.
O setor possui entre mil e dois mil trabalhadores na região, sendo a maioria de Torres Vedras.
Um surto de covid-19 detetado há quase dois meses entre trabalhadores de explorações hortícolas, na sua maioria estrangeiros, mantém-se ativo no concelho, agora com 25 infetados, segundo o mais recente boletim epidemiológico do município.
O surto contabiliza um total acumulado de 119 infetados, dos quais 94 recuperaram.
Entre os infetados estão também outros trabalhadores de empresas de outros ramos de atividade, que coabitam com os trabalhadores agrícolas.
Fonte oficial do município disse à agência Lusa que, entre os atuais infetados, nenhum teve de ser realojado por não dispor de condições na sua própria habitação para cumprir o isolamento profilático.
Já em dezembro, um surto de covid-19 em explorações agrícolas deste concelho do distrito de Lisboa atingiu cerca de duas centenas e meia de trabalhadores, tendo na altura sido realojados grande parte deles.
Em maio deste ano, o município levantou quatro autos de fiscalização e coimas a proprietários de espaços sem licença de habitabilidade, como armazéns e pecuárias desativadas, onde encontrou trabalhadores imigrantes a viver sem condições, obrigando-os a encerrar os espaços ou a efetuar obras nos casos legalizáveis.
Desde o início da pandemia, Torres Vedras regista 6.173 casos confirmados, dos quais 161 estão ativos, 5.839 recuperaram e 173 morreram.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.101 pessoas e foram confirmados 882.006 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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