De acordo com a evolução pandémica, estima-se que Portugal chegue à taxa de incidência acumulada de 240 casos por 100 mil habitantes em seis dias e a variante Delta é já responsável por 85% dos casos. Os dados são do mais recente relatório da monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19.
No boletim divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), os especialistas detalham que a variante Delta, associada à Índia, foi a "dominante, com uma frequência relativa de 70% dos casos", na semana de 14 a 20 de junho.
Já na semana de 21 a 27 de junho, a frequência estimada, "baseada na deteção do gene 'S' por análise PCR, foi de 85% em Portugal continental. Apesar de menos exato do que o valor obtido por sequenciação genética, este último valor indica também a manutenção da tendência crescente da frequência da variante Delta nos casos em Portugal".
Quanto ao número de novos casos, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 200, "com tendência crescente a nível nacional". Tendência também crescente apresenta o índice de transmissibilidade (Rt), que tem "valores superiores a 1 a nível nacional (1,16) e em todas as regiões de saúde. Esta tendência crescente é mais acentuada nas regiões Centro e Algarve, que apresentam um Rt de 1,24 e 1,28 respetivamente".
A DGS e o INSA detalham que o número diário de casos de COVID-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou igualmente uma tendência crescente, correspondendo a 47% (semana passada 43%) do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.
Outro dos dados analisados pelos especialistas diz respeito à proporção de casos confirmados notificados com atraso, que foi de 7,5% (era de 4,2% na semana passada), "mantendo-se abaixo do limiar de 10%".
De realçar que, nos últimos sete dias, 90% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação. Foram ainda rastreados e isolados 78% dos contactos dos infetados.
Resumidamente, a análise dos indicadores "mostram uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de elevada intensidade e tendência crescente". Pese embora esta intensidade esteja "disseminada em todo o país", tem maior impacto na região de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve.
No último mês, o aumento da atividade epidémica, devido à variante Delta, "tem condicionado um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos Cuidados Intensivos", pode ainda ler-se.
De recordar que, de acordo com o relatório semanal da curva epidémica do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), também divulgado hoje, o Algarve continua a ser a região do país com o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 mais elevado no país (1,28).
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