Manuel Magalhães e Silva, advogado de Luís Filipe Vieira, garantiu, esta quarta-feira, que está "preparado para tudo" num momento em que o presidente do Benfica deverá ser ouvido já amanhã no primeiro interrogatório judicial.
"Nestas situações, o que manda a prudência, é que desde a libertação mera e simples até às medidas mais gravosas, esteja preparado para tudo", salientou o representante legal, em declarações aos jornalistas, à porta do Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide, onde Luís Filipe Vieira vai passar a noite.
Considerando que a Procuradoria-Geral da República esclareceu que a detenção do dirigente dos encarnados tem como intuito "acautelar a prova, evitar ausências e prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso", Magalhães e Silva admitiu que o Ministério Público poderá pedir a prisão preventiva de Luís Filipe Vieira.
"Em tese, são efetivamente pressupostos que podem ir nessa direção. Se é isso que o Ministério Público vai fazer ou não é uma confidência processual", argumentou.
Quando confrontado sobre se iria recorrer caso for esse o cenário, Magalhães e Silva apenas referiu: "Já não tenho idade para não estar preparado para tudo".
Garantindo que o seu cliente se encontra sereno "como seria de esperar", o advogado acrescentou também que "os arguidos têm sempre a expectativa de que a limitação da sua liberdade seja o mais curta possível".
Ainda que tenha por diversas vezes recusado responder a algumas questões, repetindo que o processo está sob segredo de Justiça, Magalhães e Silva considerou ainda que, na sua opinião, as declarações prestadas na audição no Parlamento pelo presidente do Benfica "não tem nada, rigorosamente nada, de prejudicial" para o caso.
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o empresário Bruno Macedo, José António dos Santos, conhecido como 'Rei dos Frangos' e o filho do dirigente dos encarnados, Tiago Vieira, foram detidos, esta quarta-feira, no seguimento de várias buscas.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, em causa estão crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento. Detidos deverão ser ouvidos amanhã no primeiro interrogatório judicial.
Leia Também: De Espanha ao Brasil: Detenção de Vieira já faz manchete lá fora