Para a Zero, as medidas hoje anunciadas em Bruxelas deixam "a porta aberta" para essas fontes poluentes continuarem "no sistema energético da União Europeia (UE) por pelo menos mais duas décadas, enviando a fatura dos 'poluidores pagadores' aos cidadãos".
"Não só falha em apresentar roteiros para a neutralidade climática e metas específicas para cada setor, mas também continua a proteger a indústria da UE de pagar o custo total da poluição", aponta a associação, na sua apreciação do pacote "Preparados para os 55".
Na base do objetivo de redução líquida de emissões em 55% está falta de ambição, considera a Zero, que afirma que isso não é suficiente para a Europa contribuir para alcançar o objetivo do Acordo de Paris de 2015: manter o aquecimento global até ao fim do século abaixo de 1,5 graus centígrados em relação à era pré-industrial.
A meta pretendida pela associação é reduzir as emissões em 65%, pelo que estima que se está a perder "uma oportunidade histórica" para a consagrar.
Além disso, propõe eliminar todo o uso do carvão na União até 2030, o fim do gás até 2035, o fim de todos os produtos petrolíferos até 2040, o fim da "maioria das centrais nucleares" também até 2040.
"A Zero saúda a proposta da Comissão de manter as metas nacionais de redução de emissões no Regulamento de Partilha de Esforços (ESR) que trata das emissões dos transportes rodoviários, edifícios, agricultura e resíduos, mas lamenta a ausência de metas semelhantes na legislação energética proposta", afirma a associação.
Reconhece que "o pacote climático e energético representa um enorme trabalho de tentativa de enfrentar as perigosas alterações climáticas", mas, no fim de tudo, refere que é preciso "aumentar o nível geral de ambição".
A Comissão Europeia propôs hoje a revisão de regras agrícolas para tornar a produção de alimentos climaticamente neutra até 2035, contribuindo para os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, no âmbito do pacote 'Fit for 55'.
A produção primária de alimentos e biomassa deverá tornar-se neutra para o clima até 2035, colocando a União Europeia (UE) no caminho da neutralidade climática em 2050, segundo um comunicado da Comissão Europeia.
Propôs também que a União Europeia reduza a zero as emissões de CO2 dos veículos novos a partir de 2035, o que significaria o fim da venda de carros a gasolina e gasóleo a partir dessa data.
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