Portugal e São Tomé assinam "a breve prazo" novo programa de cooperação
Portugal e São Tomé e Príncipe deverão assinar "a breve prazo" o próximo Programa Estratégico de Cooperação, que vai dar particular ênfase ao combate à violência de género, adiantou à Lusa o embaixador português em São Tomé.
© Lusa
País Violência de género
"A negociação está praticamente concluída e será assinado o documento no mais breve prazo", indicou o diplomata Rui Carmo, sem precisar uma data.
No próximo Programa Estratégico de Cooperação 2021-2025 "será dado uma ênfase ao tema da igualdade de género", o que "vai ao encontro das preocupações manifestadas pelas autoridades de São Tomé e Príncipe e corresponde a um vetor essencial na parte da cooperação".
A violência contra as mulheres em São Tomé mereceu recentemente maior atenção, após uma violenta agressão a uma mulher por um ex-companheiro, o que motivou manifestações para alertar as autoridades para este tipo de crime.
De resto, acrescentou o embaixador, que falava à Lusa na Embaixada de Portugal na capital são-tomense, o programa de cooperação "será de continuidade e reforço da capacitação institucional".
"O Programa Estratégico de Cooperação é uma continuidade das políticas de cooperação de Portugal, assentes essencialmente na capacitação institucional e, portanto, viradas para as áreas de desenvolvimento humano -- Saúde, Educação e Assuntos Sociais, mas também outras, como Finanças, Justiça, Economia, Segurança, Defesa", acrescentou.
Em particular na área da Defesa, será mantida a presença da Marinha Portuguesa, através do navio Zaire, nas ações de fiscalização conjunta das águas territoriais de São Tomé e no apoio ao combate à pirataria no golfo da Guiné, referiu ainda.
Sobre a situação da comunidade portuguesa, o embaixador disse que, no final do ano passado, os dados da embaixada apontavam para cerca de 3.500 cidadãos residentes em São Tomé e Príncipe e no Gabão.
Os números não correspondem a inscrições consulares ativas, ressalvou o diplomata.
A pandemia de covid-19 teve um forte impacto na economia são-tomense, muito dependente da ajuda externa e do turismo, e "muitos portugueses viram-se forçados a abandonar" o país, referiu.
Inicialmente "pensava-se que seria temporariamente, mas infelizmente, devido à situação epidemiológica, muitos não puderam retomar as suas atividades", comentou, apontando os setores de turismo, restauração, pequeno comércio e construção civil como os mais afetados.
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