"O estado de calamidade que será renovado no início deste mês", afirmou Miguel Albuquerque no encerramento do debate sobre o Estado da Região, que marcou o fim da 2.ª legislatura da Assembleia Legislativa da Madeira.
O governante madeirense salientou que "não vivemos em circunstâncias de normalidade, mas de exceção e é perante esta condição de exceção que este debate devia incidir", abordando as medidas que o executivo regional teve de tomar.
Na opinião do chefe do executivo de coligação PSD/CDS, neste debate, "a questão que devia ser equacionada era saber se governo e instituições conseguiram, dentro de um quadro de dificuldades e de contingências, cumprir o que era essencial".
Albuquerque destacou que a Madeira evidencia alguma retoma no setor turístico, com a abertura do mercado inglês e as perspetivas de começarem a chegar turistas alemães em 2 de agosto, o que implica um reforço na "monitorização" e acompanhamento da situação pandémica.
O líder insular destacou os crescimentos evidenciados em alguns setores, como nas empresas tecnológicas, que apresentam um "aumento exponencial e empregam 700 jovens quadros", e a vinda dos nómadas digitais, além do alojamento local e do Registo Internacional de Navios.
"Estamos preparados para reforçar a captação de investimento estrangeiro na Madeira", vincou, sublinhando que "o modelo de desenvolvimento económico da Madeira não está em causa, porque é aquele feito tendo por base o apoio a empresas que contribuem para a criação de riqueza e de postos de trabalho".
Para o presidente do Governo Regional, este debate sobre o Estado da Região veio evidenciar que a oposição madeirense "não tem capacidade, consistência, nem qualquer alternativa às políticas do governo e da maioria".
O deputado e líder do PSD/Madeira, o maior partido da oposição no parlamento regional, opinou que "o retrato da região não é o postal ilustrado que o Governo Regional apresentou" no plenário, defendendo ser "preciso mudar" e "afirmar a autonomia e democracia com diálogo e cidadania".
Para Paulo Cafofo, o executivo insular "é ágil a distribuir tachos" e em "encontrar bodes expiatórios" para os seus fracassos.
O socialista realçou que o Plano de Recuperação e Resiliência "é uma oportunidade única para transformar a Madeira e não pode ser mais uma oportunidade perdida".
O deputado Paulo Alves (JPP) apontou como aspeto positivo da governação regional "a estratégia de combate à covid-19", apostando na vacinação.
Contudo, criticou o despesismo do executivo insular, o facto de usar a "estratégia ultrapassada" de responsabilizar a República pelas situações e "esconder do povo os erros, sendo necessário recorrer aos tribunais" para ter acesso a informação, como aconteceu com o JPP, que já intentou nove ações para o efeito.
Por seu turno, o deputado único do PCP, Ricardo Lume, censurou o "modelo económico e social" implementado na região que "beneficia elites", declarando que "os madeirenses não estão condenados a esta política de desastre do Governo Regional do PSD/CDS, porque existe um outro rumo".
O líder parlamentar da maioria do PSD enfatizou que a oposição neste debate se comportou "como se não existisse uma pandemia e uma forte crise económica e social na Madeira", que teve "um grande impacto na vida dos madeirenses e nos investimentos" nesse território.
Jaime Filipe Ramos reforçou que o executivo madeirense "não falhou, não hesitou, assumiu riscos e liderança" na resposta à pandemia, considerando que, se a região "estivesse à mercê do Governo da República, estaria a lamentar mais mortes".
O responsável da bancada do CDS-PP, parceiro da coligação governamental, António Lopes da Fonseca, reconheceu que "nem tudo está bem porque a pandemia ainda não acabou", argumentando: "Preferiam que a Madeira se agachasse a Lisboa. Não contem com a Madeira para voltar ao tempo da colonia".
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