A leitura vai decorrer no Palácio da Justiça de Coimbra, às 14:30, na quinta-feira, depois de as sessões de julgamento terem sido realizadas na reitoria da Universidade de Coimbra, de forma a cumprir-se as regras de distanciamento, face ao elevado número de arguidos e advogados associados ao processo.
A acusação, a que a agência Lusa teve acesso, identifica cinco grupos que se dedicavam ao tráfico de droga, sobretudo cocaína e heroína, em diferentes zonas da região Centro, alguns deles fornecedores de outros, vendendo estupefacientes sobretudo a outros revendedores, entre 2017 e 2019.
Os grupos tinham diferentes dimensões de abrangência geográfica e abordavam diferentes distritos da região, mas todos vendiam droga em "grande número a consumidores e revendedores", não sendo determinada essa mesma quantidade ou o dinheiro resultante do tráfico, apesar de terem sido identificados dezenas de momentos de compra e venda de estupefacientes.
Quase todos os grupos eram liderados por casais, sendo identificado um que tinha uma área de atuação que ia da Figueira da Foz até Viseu e Lamego, outro que se dedicava na zona do Peso da Régua, um no Pinhal Interior, outro em todo o litoral da região Centro, da Serra d'El Rei até à Praia de Mira, e um último que trabalhava sobretudo no interior, em concelhos do distrito da Guarda, Coimbra, Castelo Branco e Viseu.
O primeiro grupo identificado na acusação, liderado por um casal de 40 e 38 anos, a morar em Coimbra, teria fornecedor no Norte, em Famalicão, e dedicava-se sobretudo à distribuição por revendedores, nomeadamente na Figueira da Foz, Viseu, Seia, Peso da Régua e Lamego.
No processo, consta ainda uma fuga de arguidos aquando da tentativa de detenção por parte da PJ, numa estação de serviço na Mealhada.
Cinco dos 20 arguidos já foram condenados várias vezes por tráfico de droga.
Três estão em prisão preventiva e dois em prisão domiciliária.
Na primeira sessão, apenas uma mulher, que era acusada de traficar droga com o seu companheiro no Peso da Régua, decidiu falar, referindo que apenas enveredou pela atividade criminosa por falta de dinheiro.
Depois de um discurso que contradizia as próprias comunicações intercetadas pela investigação, a arguida acabou por não responder a mais nenhuma pergunta, assim que o seu companheiro disse qualquer coisa impercetível enquanto a mulher falava.
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