O acordo com a Hungria "mostra bem o espírito da cooperação europeia", disse Augusto Santos Silva na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa, tendo a seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio Externo húngaro, Péter Szijjártó, que chegou hoje a Lisboa para uma visita de trabalho.
Péter Szijjártó aterrou em Lisboa cerca de uma hora depois de um avião fretado pelas autoridades de Budapeste ter transportado as vacinas compradas por Portugal.
"Nos termos deste acordo, Portugal adquire 200 mil doses de vacinas AstraZeneca à Hungria que serão usadas para reforçar as nossas doações de vacinas aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste", disse Augusto Santos Silva.
O ministro recordou que o primeiro-ministro, António Costa, tinha anunciado, na recente cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda, que Portugal iria triplicar as doações de vacinas aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste.
"Isto significa doar três milhões de vacinas e, para isso, temos em conta não só as contratações diretas que fizemos de vacinas, mas também as compras que podemos fazer a outros países Estados-membros da União Europeia", precisou Augusto Santos Silva.
Até 20 de julho, Portugal tinha disponibilizado 196 mil doses de vacinas contra a covid-19 a Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e a Timor-Leste, de acordo com dados do Governo.
Numa declaração sem perguntas, Santos Silva disse ainda que a política de vacinação e de cooperação nesta área de Portugal resulta do aproveitamento dos "diferentes calendários de vacinação e os diferentes aprovisionamentos dos Estados-membros" da UE para que cada país execute os seus planos.
Péter Szijjártó destacou que o acordo para a venda das vacinas a Portugal foi alcançado "há menos de três semanas" e que a entrega foi feita após autorização da Comissão Europeia.
Referiu também que a compra e transporte das vacinas orçou em 365 mil euros.
Péter Szijjártó disse ainda que a Hungria seguiu uma "estratégia diferente dos outros países da União Europeia" desde o início, que passou pela aquisição rápida de vacinas de farmacêuticas ocidentais, bem como da Rússia e da China.
Com esta estratégia, referiu, a Hungria é atualmente "um dos países mais seguros da União em termos de saúde" e dispõe de doses de vacinas suficientes para ajudar outros países.
Até agora, a Hungria vendeu ou doou mais de 1,3 milhões de doses de vacinas, disse Péter Szijjártó.
O ministro húngaro acrescentou que Portugal é o oitavo país com que a Hungria colabora "em termos de compras e de doação de vacinas".
A pandemia de covid-19 provocou mais de 4,1 milhões de mortos no mundo, entre mais de 194,6 milhões de casos de infeção.
Em Portugal, o balanço é de 17.301 mortos em mais de 954.669 casos de infeção.
Com uma população estimada em 9,7 milhões de pessoas, a Hungria regista mais de 30 mil mortos em quase 810 mil casos de infeção, segundo dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de doenças.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
[Notícia atualizada às 14h06]
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