O coordenador da Task Force da vacinação estima que, até setembro, toda a população residente em Portugal elegível para a toma da vacina contra a Covid-19 já tenha recebido pelo menos a primeira dose.
"Setenta por cento já não é um objetivo. O objetivo é vacinar toda a população elegível", garantiu aos jornalistas, durante a visita a um centro de vacinação em Évora. "Até setembro, toda a população elegível vai estar vacinada com a primeira dose."
O vice-almirante Gouveia e Melo anunciou que o país vai receber, a partir da próxima semana, um reforço de vacinas para além das que estavam contratadas, o que vai permitir acelerar a administração de primeiras doses.
"Esta semana tivemos poucas primeiras doses, porque estamos a dar muitas segundas doses das semanas anteriores, mas para a semana vamos acelerar o processo", explicou.
Gouveia e Melo detalha que o país vai receber na próxima segunda-feira 286 mil doses extra e, na segunda-feira seguinte, dia 16, 300 mil, o que vai permitir administrar cerca de "cem mil vacinas por dia", estima.
O responsável referia-se a doses da Janssen e da Pfizer, explicando que está a tentar negociar também um "reforço de doses da Moderna".
"São notícias muito positivas. Estamos todos a fazer um esforço para darmos todos uma última pancada a este vírus", afirmou, pedindo aos portugueses que "saiam um bocadinho das vossas férias e do vosso conforto para nos ajudar".
Sobre eventuais faltas aos agendamentos por causa do período de férias, o vice-almirante considera que "nem tudo se pode atribuir às pessoas", já que, por vezes, há "erros de agendamento", quando os utentes estão na lista de pessoas a vacinar sem que tenham respondido à SMS a confirmar a disponibilidade.
Ainda assim, desvaloriza essas faltas, já que "todas as vacinas" disponibilizadas "estão a ser utilizadas", não havendo desperdício.
"Apesar de algumas falhas, aqui e ali, o processo em geral está a correr muito bem."
Surtos em lares
Questionado sobre as últimas notícias, que dão conta de 53 surtos ativos de infeção pelo SARS-CoV-2 em lares de idosos, o coordenador da Task Force reconhece que "os surtos aparecem" mas sublinha que "a consequência é completamente diferente do que era há três meses.
"A percentagem de pessoas que morrem com a vacinação concluída é uma percentagem ínfima. E se calhar, se formos ver, apesar de estarem infetadas, não estão a morrer da infeção, estão a morrer de outras complicações que já têm de saúde", afirmou.
Gouveia e Melo garante que "as estatísticas estão a mostrar que a proteção que a vacina dá às pessoas idosas é gigantesca" e que as mortes são agora "30 a 40 vezes menos" do que há uns meses, "fruto da vacinação".
"Os portugueses têm de ter confiança na vacinação, porque é a única forma de sair disto. A vacinação é a melhor estratégia para sairmos da pandemia."
Questionado, nesta visita a um centro de vacinação, sobre a necessidade de administração de uma terceira dose precisamente aos mais idosos, o responsável diz que "temos de esperar por evidência científica".
"Não há evidência científica, neste momento, para dizer que a terceira dose é necessária", declarou.
[Notícia atualizada às 11h00]
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