Em abril, a DGS reforçou junto das escolas e delegados de saúde as medidas de vigilância sobre a circulação de novas variantes de covid-19 e a deteção de surtos nas escolas, que previa caso fosse detetado um caso positivo numa turma, devia ser suspensa a sua atividade enquanto se aguardavam os resultados laboratoriais dos testes moleculares (PCR).
Questionada hoje se com a vacinação universal dos jovens, a partir dos 12 anos, anunciada hoje pela diretora-geral da Saúde em conferência de imprensa, em Lisboa, as regras de isolamento vão ser revistas, Graça Freitas afirmou que é uma situação de "difícil decisão".
Contudo, afirmou que se houver informação científica que aponte no sentido de se poder "com segurança" abrandar as medidas, "será isso que será feito".
"Cada agrupamento de escolas articula-se com o agrupamento de Centros de Saúde e tem as respetivas autoridades de saúde que podem sempre perante uma situação concreta e a análise de um risco concreto tomar uma decisão mais ou menos restritiva e, portanto, essa é uma questão que nós veremos também no início do ano letivo", avançou Graça Freitas.
Relativamente à população em geral, afirmou que a DGS está a analisar se vai manter ou não as pessoas vacinadas e as que têm o "esquema misto" (vacinados e pessoas que foram infetadas e têm uma dose da vacina) com isolamento profilático ou se deixa essa questão à consideração das autoridades de saúde que analisam as situações.
"Nós queremos que a nossa vida social e de relação decorra o mais normalmente possível, mas temos que ter aqui o equilíbrio na questão da proteção da saúde pública e da nossa vida social, económica, relacional", salientou Graça Freitas.
Segundo a diretora-geral da Saúde, "o ideal" seria, à medida que as pessoas estiverem completamente vacinadas e com mais 14 dias, "haver um abrandamento, um aligeiramento das medidas de contenção nomeadamente do isolamento profilático, sendo esta matéria que está a ser estudada, assim como o 'timing' em que a questão de abrandar essa medida deve ser colocado.
"Estamos em planalto, não estamos a aumentar, mas também não estamos com uma descida acentuada [de casos] e, portanto, ainda devemos ter algumas cautelas e depois temos que aprender com países que já abrandaram estas medidas e que agora resolveram novamente deixar esse abrandamento", salientou.
"A pandemia é muito volátil e nós temos que nos adaptar", rematou Graça Freitas.
A covid-19 já matou em Portugal, desde março de 2020, 17.502 pessoas e foram registados 990.293 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Leia Também: DGS recomenda a vacinação de todos os adolescentes com mais de 12 anos