O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da Task Force da vacinação contra a Covid-19, esteve esta noite de quinta-feira no Jornal da Noite da SIC, onde disse acreditar que "a justiça vai ser feita" nos casos reportados de vacinação indevida.
"Todos os processos foram reportados à IGAS [Inspeção Geral de Atividades em Saúde] e à PJ", afirmou Gouveia e Melo, dizendo acreditar que estas situações "terão consequências".
"Acho que a justiça vai ser feita", acrescentou, confessando que o "irritava e continua a irritar" situações como as que aconteceram em IPSS de Castelo Branco, Farminhão, Resende e Trancoso e com responsáveis autárquicos de Lisboa, Portimão e Reguengos de Monsaraz.
"Não gostamos que as regras sejam quebradas facilmente ou sem motivos"
Sobre a vacinação dos jovens a partir dos 12 anos, o responsável pelo plano de vacinação em Portugal reiterou que, tal como nas restantes faixas etárias, a vacinação tem de ser efetuada na área de residência.
O vice-almirante afirmou que "não conseguimos ter um processo que ande atrás das férias dos portugueses" e, por isso mesmo, a vacinação dos jovens será distribuída em dois fins de semana, mas terá sempre de ocorrer no mesmo local onde será administrada também a segunda dose.
Sobre esta faixa etária, o Gouveia e Melo lembrou também que os jovens "têm de ser acompanhados pelo respetivo responsável ou por um dos pais", caso contrário não serão vacinados.
DJs nos centros de vacinação? "Mal não faz"
Questionado sobre iniciativas como a presença de DJs em centros de vacinação, o responsável respondeu que "não é preciso esses rebuçados" para atrair os jovens para os centros de vacinação, mas que recebeu propostas como essa e autorizou-as.
"Propõem-me ideias que eu acho interessantes", confirmou. "É uma ideia interessante e será testada. Mal não faz."
Terceira dose? "Se calhar, dentro do próprio sistema da saúde"
Sobre a eventual necessidade de administrar uma dose de reforço da vacina, o responsável garantiu que haverá vacinas. No entanto, tal como já tinha referido esta tarde o primeiro-ministro, a Task Force ainda não definiu um calendário.
"Nós teremos vacinas suficientes para a terceira dose. Evidentemente que não estamos, neste momento, preparados porque concebemos um plano de vacinação que inclui, para umas vacinas, uma dose e para outras, duas doses", explicou durante a entrevista.
Gouveia e Melo reiterou ainda que "não há estudos científicos que provem a necessidade" de uma dose adicional, mas sugeriu que, a ser preciso administrá-la, isso poderá ser feito "dentro do próprio sistema da saúde".
[Notícia atualizada às 21h14]
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