Numa conferência de imprensa para fazer um ponto de situação do dispositivo de combate ao fogo, que além de Castro Marim afetou os concelhos de Vila Real de Santo António e Tavira, Richard Marques manifestou-se satisfeito por o trabalho realizado durante o dia ter permitido garantir que não havia reativações como a que aconteceu na segunda-feira, após o incêndio rural ter sido dado como dominado às 10h20.
"Vamos avançar para um período que, para nós, é bastante importante, um período de consolidação, de rescaldo, e avançar gradualmente para um período de vigilância. O plano gradual de desmobilização vai acompanhar aquilo que é o risco, vamos manter capacidade instalada no terreno que permita fazer face a reativações que possam surgir, tal como apareceram hoje, para garantir que rapidamente se podem debelar caso elas surjam", afirmou.
Richard Marques disse que o "incêndio foi dominado esta tarde pelas 16:02", depois de "um trabalho árduo de uma noite que, de acordo com o plano estratégico de ação", e mesmo "sem janela de oportunidade meteorológica", permitiu "executar a consolidação".
"Durante o dia de hoje, e tal como estava previsto, tínhamos uma alteração do quadro meteorológico ao início da tarde, com uma rotação naquilo que era a direção e intensificação do vento, e isso levou-nos a ter uma atenção redobrada para aquilo que poderia ser um volte-face nos trabalhos que foram desenvolvidos", explicou.
O esforço deu resultado, conseguindo-se também garantir que não havia vítimas, frisou Richard Marques.
"A prioridades foram sempre as pessoas, o socorro e salvaguarda e a vida das pessoas, a defesa do seu património e naturalmente a salvaguarda do ambiente. Houve uma prioridade paralela desde o primeiro momento, a defesa da mata nacional [de Conceição de Tavira]", referiu.
O comandante das operações de socorro sublinhou ainda que o incêndio, do ponto de vista da propagação, se desenvolveu com muita intensidade, atingindo "uma taxa de expansão média de 650 hectares por hora" e um "perímetro de 43 quilómetros".
O incêndio afetou uma "área estimada de 6.700 hectares, já [calculada] com recurso ao sistema Copérnico, da União Europeia", número que representa bem "o trabalho árduo" dos operacionais que combateram o fogo, perante um "potencial de 20.000 hectares" que se previa que as chamas poderiam atingir.
Anteriormente, na conferência de imprensa de hoje de manhã, a Proteção Civil apontava para uma área ardida de 9.000 hectares.
Estiveram envolvidos na operação 613 operacionais, com 205 veículos, oito meios aéreos e 10 máquinas de rasto, tendo sido deslocadas de casa 81 pessoas, segundo a GNR.
Há edificado destruído, mas as três autarquias atingidas pelo fogo ainda não têm um levantamento feito que permita avançar números, embora em Castro Marim tenha havido um negócio de maquinaria agrícola e agricultura afetado, segundo o município.
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