O Presidente da República visitou, na manhã deste domingo, um centro de vacinação de Alcabideche, em Cascais, onde abordou a possível antecipação do fim da obrigatoriedade de uso de máscaras no exterior e deixou uma garantia: "Fui dos primeiros a pô-la e serei dos últimos a tirá-la".
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a obrigação do uso de máscara é uma matéria de Direitos, Liberdades e Garantias e, portanto, "competência do Parlamento". Com efeito, "deixar de usar máscara significa reduzir uma restrição e deve ir à Assembleia da República".
A Assembleia da República "vai reunir em setembro e penso que é uma boa coincidência, para deixar passar estas semanas [após a segunda fase de desconfinamento que começa amanhã] e ver qual é o panorama".
O chefe de Estado mostrou-se ainda "satisfeito" com o facto de ter sido dada 'luz' verde à vacinação de crianças e jovens com idades entre os 12 e os 15 anos, da qual é apologista.
"Estou satisfeito com o ter-se proporcionado isso à liberdade de escolha das pessoas. Foi com alegria que vi a senhora diretora-geral da saúde, com base em fundamentos técnicos, ir ao encontro daquilo que eram preocupações políticas, mas baseadas em factos técnicos. Não se tratava de impor nada a ninguém, mas sim de abrir uma possibilidade. Abriu-se a possibilidade e estou feliz por haver milhares e milhares que de outra maneira não tinham essa possibilidade. Abrir espaço de liberdade é sempre bom", vincou.
O Presidente da República deixou ainda um apelo à população: "Nas próximas semanas, vacinem-se os que ainda não se vacinaram".
"Se os jovens e os pais querem mais prevenir do que remediar têm de torcer a sua vida e sacrificar as férias, acelerar este processo e terem a dupla vacinação. Se hesitam, esperam para ver o que acontece com o vizinho aí estão sujeitos, no começo das aulas, a apanhar covid", realçou.
Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de deixar uma palavra de reconhecimento à Task Force e a "este líder nato [Vice-almirante Gouveia e Melo]", bem como às "estruturas de saúde que fizeram o que podiam e não podiam" durante a pandemia.
Os agradecimentos foram estendidos ainda a Graça Freitas, que, aos olhos de Marcelo, "tem um grande mérito que é dar a cara. Eu aprecio pessoas que dão a cara. Eu próprio tive de dar a cara em duas declarações de emergência, dez renovações e ser porta-voz nas sessões de epidemiologia onde às vezes era difícil chegar ao consenso. Ela dá todos os dias a cara e merece o nosso agradecimento".
Quando o país se prepara para, a partir de segunda-feira, entrar numa nova fase de desconfinamento, o Presidente da República apelou também ao "bom senso" dos cidadãos, defendendo que "maior liberdade significa que há maior responsabilidade".
"Vai haver regresso de férias e começo de ano letivo, haverá mais circulação de pessoas de outros países e sabemos que há países onde a vacinação não está ao nosso nível, por isso vai ser preciso acompanhar com muito cuidado as próximas quatro semanas e aí, continuando a vacinação, vamos ver exatamente o que se passa noutros sítios e se nos afeta ou não", explicou Marcelo Rebelo de Sousa.
[Notícia atualizada às 14h02]
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