"O aumento do número de casos de covid-19, nomeadamente o número de mortes e as consequentes restrições de mobilidade na zona, levaram os responsáveis das dioceses locais - Geórgia, Azerbaijão e Arménia - a adiar esta visita 'tão esperada e desejada', como refere o Núncio Apostólico, o arcebispo D. José Avelino Bettencourt numa carta enviada ao Reitor do Santuário", aponta a nota hoje divulgada.
Segundo a mesma informação, na Geórgia, país com 3,5 milhões de habitantes, regista-se uma média de 50 vítimas por dia, e no Azerbaijão as fronteiras encontram-se fechadas, com muitas limitações de circulação.
A Imagem n.º 2 da Virgem Peregrina de Fátima deveria visitar o Azerbaijão, país de maioria muçulmana, de 20 a 27 de setembro, após o que seguiria para a Geórgia, de 28 de setembro a 14 de outubro, terminando a visita na Arménia, de 15 a 31 de outubro. Uma nova data para a viagem deve ser indicada quando as condições sanitárias na região melhorarem.
Esta viagem é considerada pelo Santuário de Fátima como "muito importante, dado que se trata de uma região do continente europeu fustigada, há muitos anos, por guerras e graves crises políticas".
Na nota hoje divulgada, o Santuário de Fátima recorda que "a Arménia, primeiro país a proclamar o cristianismo como sua religião no longínquo ano de 301, está envolvida numa guerra com o vizinho Azerbaijão desde 1989 e estes dois países precisam de paz e de uma reconciliação que tarda em chegar".
"Os apelos à paz e conversão que brotam de Fátima assumem especial atualidade nesta região, ainda instável, e com feridas abertas causadas pelo mais recente conflito fronteiriço sobre Nagorno-Karabakh, que opõe a Arménia cristã ao Azerbaijão muçulmano. E o mesmo se diga da Geórgia, maioritariamente ortodoxa, a braços com revoltas independentistas nas regiões de Ossétia do Sul e Abkhazia", acrescenta.
Feita segundo indicações da Irmã Lúcia, a primeira Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi oferecida pelo bispo de Leiria e coroada solenemente pelo arcebispo de Évora, em 13 de maio de 1947. A partir dessa data, a imagem percorreu diversos países do mundo.
O início destas deslocações remete para 1945, pouco depois do final da 2.ª Guerra Mundial, quando um pároco de Berlim propôs que uma imagem de Nossa Senhora de Fátima percorresse todas as capitais e cidades episcopais da Europa, até à fronteira da Rússia.
De acordo com informação disponibilizada pelo Santuário de Fátima, a ideia foi retomada em abril de 1946, por um representante do Luxemburgo no Conselho Internacional da Juventude Católica Feminina, e, no ano seguinte, no preciso dia da sua coroação, teve início a primeira viagem.
Após mais de meio século de peregrinação, em que a Imagem visitou 64 países dos vários continentes, a Reitoria do Santuário de Fátima entendeu que ela não deveria sair mais, a não ser por alguma circunstância extraordinária.
Em maio de 2000, foi colocada na exposição Fátima Luz e Paz, onde foi venerada por dezenas de milhares de visitantes.
Passados três anos, no dia 08 de dezembro de 2003, solenidade da Imaculada Conceição, a Imagem foi entronizada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, tendo sido colocada numa coluna junto do altar-mor.
A Imagem voltou a sair no dia 12 de maio de 2014, primeiramente para uma visita às comunidades religiosas contemplativas existentes em Portugal, que decorreu até ao dia 02 de fevereiro de 2015, e depois a todas as dioceses portuguesas, de 13 de maio de 2015 a 13 de maio de 2016. Estas visitas tiveram como objetivo envolver as comunidades contemplativas e as dioceses de Portugal na celebração do Centenário das Aparições de Fátima.
A fim de dar resposta aos imensos pedidos provenientes de todo o mundo, foram, entretanto, feitas 13 réplicas da primeira Imagem Peregrina.
A covid-19 provocou pelo menos 4.472.486 mortes em todo o mundo, entre mais de 214,5 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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