Em carta enviada os benfeitores portugueses da instituição, Catarina Martins de Bettencourt, diretora do secretariado português da AIS, sublinha que não se pode "abandonar esta igreja [do Haiti] que luta para apoiar o seu povo nestes tempos difíceis" e recorda que a "Fundação AIS não ficou indiferente" à tragédia e "já atribuiu -- a nível internacional -- um fundo de emergência no valor de meio milhão de euros".
"No entanto, esta verba é exígua face à dimensão da catástrofe", segundo a AIS, acrescentando que tem recebido "todos os dias angustiantes pedidos de socorro" vindos de famílias do Haiti que perderam tudo no terramoto.
Em nota hoje divulgada, a Fundação AIS refere que, embora o balanço ainda seja "provisório", o sismo, de magnitude 7,2, "provocou cerca de 2.200 mortos, mais de 12 mil feridos e destruiu ou danificou mais de 130 mil habitações. Há ainda centenas de desaparecidos. Calcula-se que 600 mil pessoas precisem de ajuda humanitária".
"Este sismo foi quase um golpe de misericórdia para muitas famílias atoladas no desemprego e na pobreza que caracterizam a vida do Haiti, um dos países mais pobres do mundo", acrescenta a nota.
O padre Jean-Jacques Saint-Louis, Superior Provincial dos Padres Montfortinos no Haiti, citado no comunicado, afirmou que "a situação é insustentável. As pessoas estão demasiado assustadas para regressarem às suas casas".
"Temos que providenciar comida, roupa, água, medicamentos e abrigo temporário. De momento, isto é o mais importante", acrescentou o sacerdote.
Já o cardeal Chibly Langlois, atual bispo de Las Cayes, aponta como prioridade providenciar abrigo a quem perdeu tudo.
"As pessoas estão a dormir no chão. Não há água, nem eletricidade, nem comida, nem roupa...", disse.
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