O Presidente da República discursou, esta terça-feira, dia 5 de outubro, na cerimónia comemorativa dos 111 anos da Implantação da República, na Câmara de Lisboa, perante o autarca cessante, Fernando Medina, e Carlos Moedas, eleito em setembro.
Marcelo Rebelo de Sousa começou o discurso relembrando o "grande presidente" Jorge Sampaio, que morreu a 10 de setembro deste ano, por agradecer a Fernando Medina o trabalho que desempenhou em frente à Câmara de Lisboa e felicitar Carlos Moedas pela eleição para o cargo.
De seguida, o Chefe de Estado defendeu que Portugal deve ser "mais inclusivo", com um futuro "mais atento ao povo".
"Queremos um 5 de outubro de data viva? Então criemos um Portugal mais inclusivo. Até porque, o Portugal que somos, nunca vencerá os desafios da entrada a tempo do novo ciclo económico e da multiplicação do conhecimento com 2 milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, recordando que muita da nossa pobreza, passa de geração em geração.
"Uma pobreza que existe e passa de geração para geração, porque as desigualdades sociais afastam pessoas, classes, setores, regiões. Pobreza e desigualdades não vencidas mesmo em anos ou décadas de crescimento e de convergência económica", lembrou o Presidente da República.
Sempre com foco na inclusão, Marcelo destacou ainda a importância dos emigrantes e dos imigrantes na nossa "identidade nacional" e economia.
"O Portugal que somos nunca vencerá os desafios da economia e do conhecimento se não soubermos assumir, sem traumas nem complexos, que a nossa identidade nacional é feita da valorização dos nossos emigrantes espalhados pelo mundo e também dos imigrantes", atirou, acrescentando, que esta é feita ainda de "raças, culturas, religiões, costumes, práticas às dezenas e centenas, com a sua diferença e o seu direito à não descriminação".
O Presidente da República aproveitou ainda o discurso do 5 de Outubro para pedir "rigor, eficácia e transparência" no uso dos fundos do PRR, lembrando que, se noutras alturas, Portugal "ficou para trás", neste momento, "não entrar a tempo", pode ser "uma oportunidade perdida".
Já no fim do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que, "superada a pandemia" da Covid-19, Portugal tem "nos anos próximos uma ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, de refazer esperanças, de renovar sonhos".
"A pensar em todos os portugueses, e desde logo nos que mais desesperam, e neles nos mais jovens, que são quem mais sofrem se essa ocasião passar ao nosso lado sem a assumirmos. Não a podemos perder. Não a vamos perder. Viva a República, viva Portugal", concluiu.
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