Motorista compra apartamento no mesmo condomínio de luxo de Rendeiro

Florêncio de Almeida alienou o usufruto da habitação a Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-presidente do Banco Privado Português.

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Notícias ao Minuto
07/10/2021 14:39 ‧ 07/10/2021 por Notícias ao Minuto

País

João Rendeiro

Florêncio de Almeida, motorista do ex-banqueiro João Rendeiro, comprou um apartamento no mesmo condomínio de luxo do patrão - na Quinta Patino, em Cascais -, por 1,15 milhões de euros, revela a SIC Notícias, que avança ainda que este "cedeu" o direito de viver na habitação à mulher do ex-presidente do Banco Privado Português (BPP). 

Uma investigação do canal aponta ainda que a propriedade pertencia à Caixa Geral de Depósitos e que Florêncio de Almeida a comprou a pronto. 

"Não se sabe" quem viveu no apartamento entre 2018 e 2020, mas, "em dezembro de 2020, num contrato-promessa Florêncio de Almeida promete alienar o usufruto do apartamento, por cerca de 201 mil euros" a Maria de Jesus Rendeiro, mulher de João Rendeiro.

Recorde-se que o Tribunal Criminal de Lisboa emitiu, no passado dia 2, um segundo mandado de detenção europeu e internacional para o antigo presidente do BPP, João Rendeiro, que se encontra no estrangeiro e em parte incerta, fugindo à justiça.

João Rendeiro já tinha sido há dias alvo de um primeiro mandado de detenção europeu e internacional, para aplicação da medida de coação de prisão preventiva no âmbito de um outro processo do BPP em que foi condenado a pena de prisão por burla qualificada.

O primeiro mandado de detenção foi emitido após a juíza do Juiz 5 considerar que João Rendeiro não tinha intenção de revelar o seu paradeiro no estrangeiro, tendo contornado "ostensivamente" a obrigação legal de informar sobre o lugar onde poderia ser encontrado.

O ex-banqueiro, lembre-se, diz que não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado e vai recorrer a instâncias internacionais. Num artigo publicado no seu blogue Arma Crítica, revela que já pediu ao advogado para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou "bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos".

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da pequena dimensão do BPP, o caso teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

Leia Também: Rendeiro? Caso "gera desconforto social e entre agentes da justiça"

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