Equipamentos GPS vão ser colocados em resíduos eletrónicos e elétricos para detetar e fiscalizar se vão parar ao mercado paralelo, que as entidades gestoras consideram "um flagelo".
A campanha de fiscalização, apresentada hoje, dura pelo menos um ano e vai juntar as três entidades gestoras de resíduos elétricos e eletrónicos, três quartos dos quais acabam no mercado paralelo em vez de serem reciclados como determinado por lei.
Em comunicado, a Zero elogia a decisão, anunciada na véspera do Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, porque permite a identificação das operações ilegais, mas também dá um sinal claro "aos agentes envolvidos que, doravante, os crimes ambientais na área dos REEE serão muito mais facilmente detetados".
A associação salienta que os REEE contém elementos nocivos para a saúde e para o ambiente, pelo que devem ser recolhidos e devidamente tratados. Os gases de refrigeração (de frigoríficos e ar condicionado), por exemplo, quando libertados para atmosfera, contribuem para o aquecimento global e para a destruição da camada de ozono.
Outros equipamentos como monitores ou as lâmpadas fluorescentes também têm poluentes "altamente tóxicos", diz a Zero, alertando que quando não tratados devidamente os equipamentos podem libertar poluentes.
As entidades gestoras dos REEE (Electrão, ERP e E-Cycle) em 2020 apenas recolheram 15,4% dos equipamentos colocados no mercado, quando a meta das suas licenças era de 65%, diz-se no comunicado.
A Zero defende que se façam também inspeções regulares às empresas que trituram resíduos metálicos, e que haja mais controlo do desempenho dos comerciantes de equipamentos do género, para saber se de facto recolhem equipamentos velhos como são obrigados.
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