O ex-banqueiro João Rendeiro mudou de advogados durante a fuga à Justiça, revela, esta quarta-feira, a TVI24, que teve acesso a uma procuração assinada pelo próprio. O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) é, agora, representado por Abel Marques, Joana M. Fonseca e Joana Cunha de Almeida.
No documento entregue ao Tribunal, datado de 6 de outubro, Rendeiro indicou a morada da Quinta Patiño, em Cascais, apesar de já ter, nesta altura, saído do nosso país.
Recorde-se que o ex-presidente do BPP, condenado pela Justiça a cumprir pena de prisão, terá abandonado o território britânico num jato privado e encontra-se em fuga, dizendo que não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado.
Num artigo publicado no seu blogue Arma Crítica, João Rendeiro revelou, em 28 de setembro, que já pediu ao advogado para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou "bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos".
É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão. Solicitei aos meus advogados que a comunicassem aos processos e quero por esta via tornar essa decisão pública", escreveu, na altura.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da pequena dimensão do BPP, o caso teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.
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