"Temos uma série de reivindicações e é evidente que há de haver equipamentos de caráter supramunicipal que estão a decorrer e alguns estão prometidos que serão motivo das nossas reivindicações, mas eu não daria um passo maior que a perna, porque é cedo", disse Fernando Ruas.
Aos jornalistas, no final da sua eleição para presidente da CIM Viseu Dão Lafões, o também presidente da Câmara de Viseu defendeu que, "para quem começa estas funções, tem de se inteirar bem dos problemas desta comunidade" primeiro, embora reconheça os problemas gerais.
Assim, considerou que é preciso "colocar o território no mapa do país" e para isso a CIM "não tem muito mais alimentação financeira" do que a que chega dos fundos comunitários, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dos orçamentos de Estado.
"E é desta forma que se vem fazendo a reivindicação no sentido de dotar esta região, que é vasta, das estruturas necessárias para inverter, pelo menos, para estancar, a desertificação que é um dos nossos maiores flagelos e que temos necessidade de travar", apontou.
Para isso, Fernando Ruas (PSD) conta com dois vice-presidentes no conselho intermunicipal: os presidentes das câmaras de São Pedro do Sul, Vitor Figueiredo (PS), e de Castro Daire, Paulo Almeida (PSD), que mantém o cargo, assim como o secretário executivo, Nuno Martinho.
"O que acho importante é que tenhamos uma voz e a voz é tanto mais forte quanto é suportada pelos órgãos desta instituições e isso para mim é que é importante. Não deslumbrámos nenhuma divisão interna", sublinhou Fernando Ruas.
Nem interna, nem com o Governo. "Normalmente, os governos respeitam quem vai suportado por quem pertence ao órgão", neste caso, a CIM Viseu Dão Lafões.
"Mas, sobretudo, por quem fala olhos nos olhos e com convicção e, naturalmente, com a razão do seu lado, isso é que me parecer ser o traço fundamental para dialogar", acrescentou Fernando Ruas.
Do ponto de vista da CIM, o presidente disse que "é muito mais o interesse" existente pelo "vasto território que é a comunidade" de que pelo partido político e, neste sentido, defendeu que os 14 autarcas da região têm "muito mais pontos que unem do que pontos que dividem".
"Aliás, é uma característica do poder local. Damos pouca importância às camisolas partidárias e assumimos, se calhar, a camisola do poder local. Estou esperançado de que vamos fazer um bom trabalho", disse.
Fernando Ruas assumiu que não pretende "ter uma postura diferente" perante o Governo e o seu trabalho passará por dar "sempre o sentimento" que os colegas transmitirem, mas, lembrou, "a postura reivindicativa é uma das exigências de quem é autarca".
"Quero continuar nessa postura de pedir para o território de todos nós o melhor e as infraestruturas necessárias para termos aqui qualidade de vida e uma razão para viver neste território", prometeu.
Na reunião de hoje marcaram presença 13 autarcas, sendo que o de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, participou por via digital e, apesar de "ter manifestado o apoio" a Fernando Ruas para presidente, não participou na eleição, uma vez que o voto é secreto.
Integram a CIM Viseu Dão Lafões os concelhos de Aguiar da Beira (distrito da Guarda), Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Santa Comba Dão, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.