Intitulado "The Things We Carry" ("As Coisas que Transportamos", em tradução livre), o espetáculo teve estreia mundial em Istambul, na Turquia, e, para a estreia em Portugal, irá colocar no palco do auditório da Biblioteca de Marvila duas comunidades de dança contemporânea de culturas distintas.
"As coisas que carregamos são as que realmente precisamos? São elas que nos permitem sobreviver? Ou serão aquelas que nos permitem perpetuar um modelo de vida já conhecido sem questioná-lo? Repetimos gestos inconsequentes sem nos apercebermos da sua arbitrariedade ou repetimo-los porque sem eles permitiríamos que o vazio se infiltrasse?", são as questões que Francisco Camacho levanta, e que apelam à reflexão do público.
A performance desdobra-se num contínuo de ações que evocam viagens, nomadismo, a criação de condições de sobrevivência e a manutenção de um modelo de vida familiar.
"The Things We Carry" reúne duas comunidades de dança contemporânea que definem, a sul, os extremos ocidental e oriental da Europa continental, combinando realidades socioculturais contrastantes de duas cidades portuárias - Lisboa e Istambul -, "com uma marcada intersecção de tradições e nacionalidades diversas que são refletidas no trabalho artístico", destaca a produção.
A coreografia foi criada após um período de residência de Francisco Camacho com os artistas da companhia Çiplak Ayaklar, e fez estreia absoluta em Istambul.
A direção artística é de Francisco Camacho, com cocriação e performance de Leyla Postalcioglu, Mihran Tomasyan, e Berke Can Özcan, desenho de luz de Cem Ylmazer e figurinos de Selen Hayal.
Numa produção da Eira e da Companhia Çiplak Ayaklar, a peça tem apresentações às 21:00 de 16 e 17 de novembro, no auditório da Biblioteca de Marvila, em Lisboa.
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