Após uma visita ao Hospital Padre Américo, em Penafiel, a ministra Marta Temido fez uma declaração aos jornalistas onde destacou que é mantida "uma relação de proximidade" com o vice-almirante Gouveia e Melo, que coordenou a Task Force para a vacinação contra a Covid-19.
"Para já, porque nos liderou de uma forma extraordinária ao longo deste processo. Todos lhe confiámos muito daquilo que era a nossa expectativa em relação a este processo", destacou. Mas, "também percebemos quando, numa determinada altura do processo de vacinação, ele entendeu que a sua missão tinha terminado".
"Devemos-lhe muito", assumiu Marta Temido, vincando que "temos de compreender que há novas fases, até na vida das pessoas". E mais: "Esta é uma responsabilidade que parte muito daquilo que é também a adesão das pessoas à vacinação e é isso que, neste momento, nós precisamos de ter em maior quantidade".
De recordar que, esta manhã, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que o vice-almirante "continua intimamente ligado - e bem - ao processo através do núcleo de coordenação". "Há uma uma continuidade" e, ao mesmo tempo, "uma transição para podermos, mais tarde, virmos a internalizar o processo", disse, à margem da cerimónia do 100.º aniversário da descoberta da Insulina, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.
Já na quarta-feira, Gouveia e Melo afastou um regresso à Task Force da vacinação, rejeitando um "sebastianismo" que não seria saudável para o país. "Estarei sempre disponível enquanto militar, mas gostaria de ver a nossa sociedade a andar para a frente de outra forma: sem nenhum Sebastião, porque Sebastião é cada um de nós", disse o ex-coordenador, numa conferência no Dia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
O militar defendeu que o país deve dar espaço às instituições nacionais para solidificarem as suas capacidades, "sob o risco de andarmos sempre de processo excecional em processo excecional". "O meu papel enquanto militar foi ajudar a colocar um penso rápido na ferida. A ferida fechou e sarou, agora precisamos de viver sem pensos rápidos", disse, salientando que o país está noutra fase, mas que existe a "tendência outra vez de dizer 'tragam o Sebastião'".
[Notícia atualizada às 17h43]
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