"Na próxima semana teremos 2 mil casos por dia e em dezembro 3 mil"
Epidemiologista admite que estamos a passar por uma nova vaga e evidencia que, quando uma vaga se forma, "cria-se uma inércia de subida que é difícil travar".
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País Covid-19
O epidemiologista Manuel Carmo Gomes admitiu, esta segunda-feira, na SIC Notícias, que Portugal está a passar por uma nova vaga da pandemia e que, nas próximas semanas, o país vai começar a registar cerca de três mil casos diários de Covid-19.
"Estamos de facto a ter um ressurgimento da doença. Já estamos, em média, nos 1.500 casos por dia. Isto é um grande avanço relativamente à semana passada e as previsões, caso esta tendência se mantenha, é que na próxima semana estejamos na zona dos dois mil casos por dia e na primeira metade de dezembro nos três mil por dia", começou por evidenciar o especialista, explicando, de seguida, que esta propensão de crescimento é difícil de parar.
"Há uma vaga e quando esta vaga se forma, nós sabemos isso do passado, cria-se uma inércia de subida que é difícil travar. Nós ainda não conseguimos dizer quando é que será o pico, ainda é muito cedo", disse, acrescentando que a incidência por idade está a aumentar em praticamente todas as faixas etárias.
"A única faixa etária que está, curiosamente, estável ou a aumentar muito devagarinho são os mais idosos, felizmente. Mas os grupos de idade entre os 20 e os 40 anos estão com uma grande subida e, em particular, as crianças dos 0 aos 9 anos", salientou.
Já no que diz respeito aos hospitais e à pressão do aumento de casos da doença no Serviço Nacional de Saúde (SNS), Manuel Carmo Gomes notou que "já estamos a observar uma tendência de subida na enfermaria Covid" e que, apesar desta não ser assim "tão clara nos Cuidados Intensivos", é previsível que se os casos continuarem a subir "haja impacto nos hospitais a vários níveis".
"Não esperamos que o impacto seja semelhante ao que assistimos em dezembro/janeiro do ano passado. O impacto será seguramente menor. Agora, também é um facto que estes grandes aumentos de casos são problemáticos, são mais pessoas a fazerem testes, mais pessoas a serem colocadas em quarentena, mais pessoas isoladas e até o fecho de várias turmas [...]. Do ponto de vista social terá impacto, do ponto de vista hospitalar terá menos do que teve no passado", rematou.
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