O país ultrapassou já os 2.000 casos de infeção diários, o que Francisco Louçã confessa que "não se esperava que acontecesse tão depressa". Apesar disso, não acredita que Portugal deva regressar a um estado de emergência, pelo contrário, pensa que é preciso "manter a vida na sociedade”.
O comentador mencionou que os contágios se distribuem “de forma muito desigual na população, grande incidência entre os mais pequenos, até aos nove anos que não estão vacinados”, mas relembra que “há muito poucas crianças que tenham que ter sido internadas” e que “mantém-se o mesmo padrão, de que as crianças resistem muito bem”.
Louçã referiu-se, ainda, à faixa dos 20 e 30 anos, mencionando que “há também uma incidência muito grande”, registando-se 240 casos por 100 mil habitantes. Na sua opinião, “a descompressão, o desconfinamento e a abertura social conduziu a este aumento de casos”.
Já o número de pessoas que se encontram em cuidados hospitalares “não correspondem a estes padrões”, afirma, acrescentando que esses utentes “são pessoas que em dois terços não terão tido vacina, ou não terão tido vacina completa”.A vacina foi muito forte e muito importante para proteger a população.
Tal como Marcelo Rebelo de Sousa reiterou esta tarde, também Francisco Louçã referiu que embora “o número de mortes seja ainda significativo é muito inferior ao que tínhamos no pico do inverno passado”.
O economista pensa que as recomendações dadas esta tarde no INFARMED foram “prudentes”. Contudo, aconselha a que não se fechem as escolas ou se invista num sistema que as paralise, pelo terceiro ano consecutivo, porque essa medida teria “consequências sociais pesadas”. “Não é possível, não é necessário e não é desejável de nenhuma forma”, esclareceu.
O economista falou ainda noutros setores defendendo que “não se deve fechar a cultura, não se deve reduzir a vida pública e portanto é preciso, com as medidas de precaução necessárias, manter a vida na sociedade”.
Leia Também: Novo Estado de Emergência? Marcelo e Costa dizem que não