Falando aos jornalistas pouco depois de participar na cerimónia de comemoração do 1.º de Dezembro, que decorreu hoje na Praça dos Restauradores, em Lisboa, António Costa foi questionado se admite restrições suplementares para o período das festas, designadamente no que se refere a restrições de viagens entre concelhos.
Na resposta, o primeiro-ministro salientou que o país já está "há quase dois anos nesta pandemia", tendo retirado duas lições: a necessidade de "adotar medidas o mais cedo possível e que perturbem o mínimo possível a vida das pessoas, o esforço de recuperação da economia e a proteção dos empregos das empresa", e a necessidade de se "estar sempre atento para ter que tomar uma nova medida caso ela venha a se tornar necessária".
"O que é que nós todos desejamos? Que ela não seja necessária. O que é que nós devemos ter presente? Que, se ela for necessária, cá estamos para adotar medidas se elas forem necessárias", referiu.
Segundo o primeiro-ministro, "é assim que o país tem vivido nos últimos dois anos" e que conseguiu "resistir de uma forma difícil, dura para toda a gente", mas onde os portugueses "têm sido exemplares na sua compreensão cívica" de que, em estado de pandemia, "cada um só se protege, protegendo os outros".
Abordando as novas restrições de combate à pandemia que entram hoje em vigor em Portugal continental, o primeiro-ministro afirmou que acha que "todas as pessoas perceberam -- os partidos políticos, os parceiros sociais e a sociedade em geral" que são "medidas bastante equilibradas, que procuram perturbar o mínimo possível o desenrolar de atividades".
"Não encerrámos atividades, estabelecimentos, não limitámos horários ou lotações, agora reforçámos foi as medidas de segurança para todo estarmos seguros com essas medidas", referiu.
Segundo o chefe do executivo, o "reforço das medidas de segurança é também uma forma de dar confiança às pessoas" de que pose "continuar a manter a normalidade da frequência das atividades em maior segurança".
António Costa mostrou-se confiante "que os portugueses irão aderir a estas normas", apesar de o fazerem a "contragosto", por terem "consciência da gravidade da situação" e porque sabem que, de forma a que o país saia "mais forte desta pandemia", é necessário que "todos adiram as normas e restrições".
"Nesta fase, tendo em conta a evolução que acontece no conjunto da Europa, tendo em conta que há uma nova variante e que nos aproximamos cada vez mais da época do frio, que vamos estar todos mais juntos no Natal e no período das festas, é necessário reforçar as cautelas", indicou.
Para responder ao agravamento da pandemia de covid-19 em Portugal continental entraram hoje em vigor novas regras, como o reforço da utilização de máscara, da testagem e do certificado digital, bem como novas regras para entrar em Portugal pelas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres.
Entre as novas regras está o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara em todos os espaços fechados, voltando também a ser obrigatório o certificado digital covid-19 no acesso a restaurantes, estabelecimentos turísticos e alojamento local, ginásios e eventos com lugares marcados.
O acesso a lares, estabelecimentos de saúde, grandes eventos culturais ou desportivos e discotecas passa a ser exigir a apresentação de teste de deteção do vírus SARS-CoV-2 com resultado negativo, aplicando-se esta medida também a pessoas vacinadas contra a covid-19.
Também a partir de hoje todos os passageiros provenientes de voos internacionais, independentemente de possuírem certificado de vacinação são obrigados a apresentar um teste negativo de diagnóstico à covid-19 no momento do embarque, à exceção dos viajantes com certificado de recuperação da covid-19.
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