A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, antecipou, em entrevista à RTP, que Portugal poderá duplicar o número de infeções pelo novo coronavírus dentro de cerca 26 dias, ou seja, ter oito mil casos por dia por volta da altura do Natal.
Assinalando que o país está "no que se chama a 5.ª vaga", Graça Freitas afirmou que embora a tendência seja crescente tanto relativamente às infeções como ao número de internados e de óbitos, não se espera a mesma gravidade de outras ondas. "Estamos a assistir a uma onda que está a ser modelada pelo efeito da vacinação", disse.
Questionada sobre se serão necessárias novas medidas de restrição, a responsável declarou que essa avaliação tem de ser feita diariamente. "Temos que acompanhar dia a dia e ir vendo o que vai acontecendo e, de acordo com isso, antecipar medidas. As medidas que têm sido tomadas têm sido proporcionais", defendeu.
A responsável avançou também que, neste momento, já estão identificados pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA) 19 casos da variante Ómicron e "estão outros a ser investigados". Os casos pertencem ao surto na Belenenses SAD.
Graça Freitas abordou ainda a possibilidade de se alargar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 a pessoas com 50 ou mais anos em janeiro ou fevereiro.
"Há indicações para, por precaução, começar a baixar estes grupos etários. Estamos muito atentos a estas indicações. Acima dos 50 será provavelmente o próximo grupo a vacinar", afirmou.
Em Portugal, 1.282.171. de pessoas já receberam a dose de reforço, de acordo com os dados atualizados esta quarta-feira, sendo que mais de 61 mil inoculações foram dadas no último dia.
Sobre a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos, a diretora-geral lembrou que se trata do grupo etário que mais infeções tem no país porque "é o único grupo que não está vacinado".
O país registou nas últimas 24 horas mais 4.670 casos confirmados de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 (o número mais alto desde 6 de fevereiro) e 17 mortes atribuídas à Covid-19.
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