Van Dunem "nada vai fazer na Administração Interna", ironiza Rio
Em reação à demissão de Eduardo Cabrita e à acumulação de funções de Francisca Van Dunem como consequência, o presidente do PSD ironizou que a ministra da Justiça "se notabilizou em todo este tempo por não fazer nada" no ministério, pelo que foi uma escolha acertada para o cargo de dois meses.
© Lusa
Política Cabrita
À margem da sessão de encerramento do 9.º Congresso Nacional dos Autarcas Social-Democratas, em Barcelos, Rui Rio disse aos jornalistas não ter dúvidas de que a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, se trata de uma tática eleitoral. O presidente do Partido Social Democrata (PSD) atirou ainda que a escolha de Francisca Van Dunem, que irá acumular funções enquanto ministra da Justiça e da Administração Interna até às eleições antecipadas, é acertada, por esta se ter notabilizado “em todo este tempo por não fazer nada”.
“Neste dois meses que faltam [para as eleições] a lógica é que não é para fazer nada e, não sendo para fazer nada, olhando para aquilo que foi a atuação da ministra da Justiça no ministério, acho que está bem escolhido – como ela não fez nada, nada vai fazer na Administração Interna”, ironiza.
O dirigente do PSD adianta não ter dúvidas de que a demissão de Cabrita se trata de uma tática eleitoral, ontem anunciada perante a divulgação do despacho do Ministério Público que indiciou o seu motorista por homicídio por negligência pela morte de Nuno Santos, no acidente de 18 de junho na A6. Na verdade, para Rui Rio, o ministro da Administração Interna “já deveria ter saído”.
“Já houve, ao longo do trajeto, muitas razões para o ministro Eduardo Cabrita sair do Governo. Nunca saiu por razões daquilo que era a gestão dos problemas que teve; acabou por sair agora não por isso, mas para não prejudicar eleitoralmente o Partido Socialista, uma vez que estamos a menos de dois meses das eleições e, portanto, para mim é notório que o ministro já deveria ter saído”, sublinha, acrescentando que o primeiro-ministro se “corresponsabilizou por todos os erros que foram acontecendo”.
“Agora, lá combinaram entre os dois que era melhor sair, porque, senão, era um desgaste muito grande para o Governo”, realça.
Quanto a uma possível coligação com o CDS-PP nas legislativas de janeiro, Rio não dá detalhes, esperando que, na terça-feira, a reunião da Comissão Política Nacional chegue a uma conclusão nessa frente.
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