"Há várias notas e pareceres técnicos que são feitos em todo o processo e que é importante serem do conhecimento dos portugueses e não só o resultado final", disse hoje aos jornalistas à margem da apresentação de alguns dos cabeças-de-lista às eleições legislativas.
Na terça-feira, a DGS recomendou a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos, na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19, que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária.
Depois do anúncio, vários partidos políticos exigiram a divulgação de todos os pareceres em que a autoridade de saúde se apoiou para tomar a decisão e na noite de quinta-feira a DGS divulgou a posição técnica sobre o tema.
Na opinião de André Ventura, os portugueses devem ter acesso através da internet a um portal de fácil acesso e que compile toda a informação sobre a matéria, possibilitando-lhes ver as vantagens e desvantagens da vacinação das crianças.
É importante saber tudo o que foi dito, avaliado, estudado e escrito desde o momento em que o parecer foi pedido até se chegar ao parecer final, considerou.
Para o presidente do Chega é fundamental os pais terem toda a informação disponível para poderem tomar a decisão de vacinar ou não os seus filhos.
Há agências e peritos internacionais que têm colocado dúvidas à vacinação, motivo pelo qual defende a divulgação de tudo o que existe sobre a matéria, acrescentando não se poder, contudo, lançar o pânico.
Por esse motivo, Ventura não concorda que a vacinação das crianças, cujo arranque está agendado para 18 e 19 de setembro, aconteça sem se conhecerem todos os documentos.
"Não estamos a lutar para ter vantagens políticas, mas acho que os pais e mães têm de ter acesso a tudo para decidirem em consciência", sublinhou.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, justificou hoje a divulgação do parecer da Comissão Técnica sobre a vacinação de crianças entre os 5 e 11 anos com uma "necessidade social" de conhecer o documento.
"A Direção-Geral da Saúde tomou a decisão de publicar o parecer da Comissão Técnica de Vacinação tal qual o recebeu porque há uma necessidade social, um pedido da sociedade, que quer conhecer esse parecer", fundamentou Graça Freitas em conferência de imprensa, em Lisboa.
Hoje, enquanto decorria a conferência de imprensa no Ministério da Saúde em que foi apresentado o calendário da vacinação dos mais novos, foi publicado na página da internet da DGS o parecer da Comissão Técnica na integra bem como os documentos que a suportam.
Leia Também: Gouveia e Melo. Vacinar crianças é um critério de "proteção comunitária"