Sem resistência, mas com surpresa. Eis como reagiu Rendeiro à detenção
O ex-banqueiro foi detido, este sábado, na África do Sul, cerca de três meses depois de fugir à Justiça portuguesa.
© Lusa
País João Rendeiro
Portugal acordou, este sábado, para a notícia que viria a marcar o fim de semana e os próximos dias, quiçá semanas. João Rendeiro, que fugiu à Justiça portuguesa há cerca de três meses, tinha sido detido na África do Sul, numa operação que uniu a Polícia Judiciária (PJ), as autoridades de investigação sul-africanas e ainda o serviço de investigação criminal de Angola.
Sabe-se agora, depois de uma conferência de imprensa da PJ e de várias entrevistas dadas pelo diretor nacional desta polícia, Luís Neves, que também o próprio João Rendeiro foi surpreendido, quando a porta da suite do hotel de luxo Forest Manor Boutique, em Durban, se abriu e viu os agentes da Interpol NCB.
A sua primeira reação, segundo a CNN Portugal, foi negar que estava foragido à Justiça portuguesa. Contudo, acabou por, sem resistência, trocar o pijama por uma camisa cor-de-rosa e sair, tranquilamente e sem algemas, acompanhado pelos inspetores para a esquadra.
Mais tarde, o antigo presidente do BPP foi transferido para a cela onde irá passar duas noites, até ser apresentado a um juiz, o que acontecerá esta segunda-feira, dia em que saberá se fica ou não em prisão preventiva.
Segundo Luís Neves, João Rendeiro "está abatido" porque "teria interiorizado que dificilmente seria localizado" e sabe agora que chegou "a um fim de linha". Já as autoridades, nacionais e internacionais, regozijam-se com a detenção.
Fuga de luxo "com os valores com que burlou milhares de vítimas"
Na entrevista que deu à CNN, na noite deste sábado, o diretor nacional da PJ revelou ainda que o ex-banqueiro passou por vários países antes de chegar a África do Sul e viveu sempre em hotéis de luxo, principalmente, nos subúrbios de Joanesburgo.
Um nível de vida que manteve, segundo Luís Neves, à custa dos "valores com que burlou as milhares de vítimas".
O objetivo das autoridades portuguesas é agora trazer João Rendeiro para Portugal para que este cumpra as penas a que foi condenado, um cúmulo de 19 anos e dois meses de prisão efetiva, por vários tipos de crime, entre os quais burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática.
Em entrevista à SIC Notícias, o inspetor salientou que antes da extradição "é necessária "a decisão judicial sobre as medidas de coação". Caso haja aprovação da extradição, "a PJ executá-la-á e irá buscar João Rendeiro à África do Sul", algo em que Luís Neves acredita que se vai concretizar nos próximos tempos.
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