A recomendação é fundamentada no risco de infeção e propagação daquela doença, provocada pelo novo coronavírus, pelo que as autoridades desaconselham a realização "de eventos, festas e jantares que promovam a aglomeração de pessoas, com efeitos imediatos", lê-se num comunicado datado de segunda-feira, assinado pela delegada de saúde regional.
No documento, publicado na página da internet da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Ana Cristina Guerreiro sustenta que a "imprevisibilidade da evolução epidemiológica da covid-19 implica uma avaliação de risco contínua e, de acordo com o nível de risco apurado, a reavaliação das medidas de saúde pública implementadas".
"A atual situação epidemiológica nacional e regional, relativa à pandemia por covid-19, é caracterizada por um elevado grau de incerteza, tendo presente a dinâmica de circulação de vários vírus nos meses de inverno e a emergência de uma nova variante de preocupação de SARS-CoV-2", lê-se no comunicado.
De acordo com a autoridade de saúde do Algarve, o risco de transmissão de infeção por SARS-CoV-2 em eventos de cariz social com aglomeração de pessoas, de comportamentos de proximidade e de contacto físico, "é real e não pode ser anulado, independentemente do cumprimento integral de todas as medidas de saúde pública preconizadas".
"Continuam a ocorrer casos/surtos relacionados com eventos sociais promotores da agregação de pessoas, dada a circulação de pessoas infetadas, com ou sem sintomas, ainda que com um esforço de testagem prévia", aponta.
A autoridade de saúde do Algarve adianta que é fundamental que todos os que pretendam realizar eventos durante a pandemia, "ainda que nos limites do enquadramento legal, ponderem o risco a que se estão a submeter, assim como os demais participantes, tendo a responsabilidade de aplicar as medidas de redução de risco e de cumprir as normas e recomendações da Direção-Geral da Saúde [DGS]".
Na segunda-feira, a ARS/Norte desaconselhou também a realização de eventos, festas e jantares que promovam a aglomeração de pessoas, dada a imprevisibilidade da evolução epidemiológica da covid-19.
O boletim epidemiológico diário da DGS contabiliza hoje 994 pessoas internadas por infeção com o coronavírus SARS-Cov-2, mais 30 do que no domingo, das quais 144 estão em unidades de cuidados intensivos (mais uma).
A região Norte é aquela com mais novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas (783), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (749), o Centro (389), o Algarve (215), a Madeira (105), os Açores (19) e o Alentejo (54).
Portugal regista hoje mais 2.314 infeções e 15 mortes associadas à covid-19: três ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, o mesmo número no Centro, Alentejo e Algarve, duas no Norte e uma na Madeira.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral.
Desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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