João Rendeiro foi esta quarta-feira transferido para um Tribunal de Família, devido à falta de eletricidade no edifício principal do tribunal de Verulam Magistrates, em Durban, onde chegou pelas 8h30 (6h30 em Lisboa).
O antigo banqueiro deveria ser ouvido pelas 9h00 mas, devido a esse problema, foi levado para uma esquadra de Verulam onde, segundo a CNN, também não havia condições para realizar a audiência.
À entrada para a carrinha celular, de regresso ao tribunal, o antigo dono do BPP foi questionado pelos jornalistas portugueses sobre se esperava ficar em liberdade. "Vamos ver", respondeu Rendeiro.
Questionado sobre se estava a desafiar as autoridades portuguesas, o antigo banqueiro garantiu que "não".
De regresso às instalações do tribunal de Verulam, tudo parecia alinhar-se para que Rendeiro fosse ouvido numa sala do edifício do tribunal de família, a cerca de 100 metros do edifício principal. No entanto, um problema informático voltou a atrasar a audição do ex-banqueiro, que foi entretanto transferida para outra sala.
O ex-banqueiro pode ser libertado antes de apresentado o pedido formal de extradição, que tem um limite de 40 dias, por dificuldades na tradução das decisões judiciais dos processos em que foi condenado, noticia o jornal Publico.
Na terça-feira, a audição de João Rendeiro no tribunal foi adiada, depois de a defesa ter pedido mais tempo para apresentar o requerimento de libertação sob fiança, decidiu o juiz. No mesmo dia, o tribunal recusou o pedido da defesa para a transferência do antigo presidente do extinto BPP para outra prisão, depois de ter recebido ameaças de morte.
Também na terça-feira, o ex-banqueiro disse aos jornalistas que não vai voltar a Portugal. "Eu não vou regressar a Portugal", disse, voltando-se para trás, à saída da sala de tribunal em Verulam, Durban, África do Sul
O ex-banqueiro foi preso no sábado, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.
João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
[Notícia atualizada às 10h34]
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