Num comunicado enviado à agência Lusa, a administração refere que dos testes PCR para despiste da covid-19 realizados aos 200 colaboradores, foi detetado um caso positivo que as autoridades de saúde "já sinalizaram na sequência de um contágio familiar".
O caso "não está relacionado com o jantar de Natal", que provocou um surto de covid-19 com 13 casos positivos entre alguns trabalhadores da conserveira.
"Não se confirma assim mais nenhum caso positivo de covid-19 relacionado com o jantar particular organizado por alguns colaboradores da empresa", observa a conserveira.
Na missiva, a conserveira nota que "sempre cumpriu todos os requisitos sanitários" e regras em vigor estipuladas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e que lamenta "todas as falsas informações que alguém decidiu passar para a comunicação social".
"Este tipo de especulações e distorção das informações destroem valor e prejudicam gravemente todas as empresas e os seus colaboradores e demais 'stakeholders'", refere.
A conserveira diz estar, neste momento, a analisar a atuação do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), "incluindo todas as declarações proferidas em público pelos seus representantes, a fim de avaliar a sua responsabilização".
Em comunicado, SINTAB afirmou na segunda-feira, tendo por base uma denúncia feita por trabalhadores da conserveira, que o número de casos confirmados era então "superior a 30".
Segundo o sindicato, os funcionários garantiram que "o início deste surto se verificou há cerca de duas semanas e que, ao invés de terem sido promovidas medidas de contenção, alguns quadros dirigentes optaram ainda por participar nos habituais jantares de confraternização da quadra natalícia, de onde se desconfia ter resultado uma ainda maior potenciação do contágio generalizado".
Também na segunda-feira, e em declarações à agência Lusa a propósito da denúncia feita pelo SINTAB, o administrador da conserveira, Manuel Ramirez, afirmou que o surto de covid-19 teve origem num jantar entre alguns funcionários da fábrica, do qual a administração "desconhecia".
Segundo o administrador, o surto foi detetado depois de um funcionário da conserveira ter apresentado sintomas, "situação que foi logo comunicada ao delegado de saúde", tendo sido no dia 07 de dezembro realizados 31 testes antigénio.
Manuel Ramirez disse ainda que, a 09 de dezembro, todos os funcionários realizaram testes antigénio e não foi detetado "nenhum caso".
Na terça-feira, a conserveira revelou que eram 13 os trabalhadores que testaram positivo ao SARS-Cov-2.
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