Fará sentido falarmos agora em medidas de contenção contra a Covid-19 após o dia 9 de janeiro, como fez esta quinta-feira a diretora-geral de saúde, Graça Freitas? Tiago Correia, professor de saúde pública internacional, afirma que "faz muito sentido e é muito necessário que esta comunicação aconteça nestes dias e sobretudo antes do Natal”.
De acordo com o professor, em declarações à SIC Notícias, importa ter em conta que, não sendo aparentemente mais grave que a variante Delta, a Ómicron é, no entanto, mais transmissível e, consequentemente chega a mais pessoas com comorbilidades.
"Não sabemos tudo acerca desta variante, mas já vamos sabendo algumas coisas que os vários estudos em países diferentes têm vindo a comprovar, portanto são pequeninas peças do puzzle que vamos montando, mas há informações que são muito consistentes nos vários estudos, nomeadamente que é mais transmissível", explica Tiago Correia. ´
Com esta maior transmissibilidade e ainda o facto de "alguma da efetividade das vacinas baixar comparativamente com a variante Delta”, o especialista aponta que não só a vacinação é crucial nos mais vulneráveis e em crianças, mas também as medidas de contenção individuais.
"A variante Ómicron, não sendo mais severa, o facto de atingir mais pessoas e mais crianças faz com que mais crianças sejam por isso hospitalizadas comparativamente com a variante Delta", explica o professor.
Recorde-se que esta quinta-feira António Costa mencionou a possibilidade de vir a ser necessária uma quarta dose da vacina contra a Covid-19, na primavera de 2022. O Governo admitiu ainda novas medidas para travar o aumento de casos num dia em que o país registou, pelo segundo dia consecutivo, mais de 5 mil casos de Covid, algo que não sucedia desde fevereiro.
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