"Vamos tendo notícia de que há um aumento progressivo de casos da nova variante nos Açores, tal como de resto acontece no mundo, na Europa e a nível nacional", afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, citado numa nota de imprensa.
Na passada sexta-feira, os Açores tinham detetado três casos de infeção de SARS-CoV-2 com a variante Ómicron, aguardando ainda por confirmação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O secretário regional da Saúde não revelou quantos casos foram identificados desde então, mas admitiu que houve um aumento.
"Não tenho o número correto, porque estão sempre a surgir análises, mas a perceção que temos é que está a entrar de uma forma intensa esta nova variante, que por aquilo que dizem os especialistas é mais transmissível e menos intensa em termos de carga viral, nos sintomas e no impacto que a doença tem", avançou.
Clélio Meneses disse que este aumento "era previsível" numa região "aberta ao exterior", mas sublinhou que as autoridades de saúde estão a acompanhar a evolução da situação.
"Estamos a acompanhar a situação de uma forma muito atenta. Neste momento, para além da obrigatoriedade de uso de máscaras em espaços interiores, de obrigatoriedade de teste e vacina para eventos culturais, sociais ou desportivos, também estamos a incrementar os rastreios", apontou.
O secretário regional da Saúde admitiu, no entanto, a possibilidade de o executivo adotar novas medidas de controlo da pandemia de covid-19.
"O Conselho de Governo vai reunir nos próximos dias para, se for necessário, tomar mais alguma medida, que imponha mais algum controle", revelou.
Segundo o titular da pasta da Saúde, "está a ser preparada uma operação de testagem massiva, através de teste de saliva, a todos os estudantes de Terceira e São Miguel" - as duas únicas ilhas em que foram detetados casos da nova variante - "no início do ano letivo".
O executivo açoriano vai também disponibilizar testes rápidos de antigénio nos aeroportos da região.
"Disponibilizamos a todos aqueles que voluntariamente queiram fazer um teste de antigénio nos aeroportos, sendo as portas de entrada, essa possibilidade", revelou.
Clélio Meneses acrescentou que o Governo Regional está "a ultimar o processo burocrático e administrativo de convenções com os laboratórios e com outras entidades clínicas que possam fazer testes rápidos de antigénio".
A região comparticipa um teste rápido por semana em farmácias, mas atualmente existem apenas 14 estabelecimentos aderentes, em quatro ilhas (São Miguel, Terceira, Pico e Santa Maria).
Os Açores têm 396 casos ativos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a doença covid-19, dos quais 341 em São Miguel, 26 na Terceira, 15 em Santa Maria, quatro no Faial, quatro na Graciosa, três no Pico e três nas Flores.
Estão internados com covid-19 na região 11 doentes, 10 no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel (dois em unidade de cuidados intensivos), e um no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.
Segundo a Autoridade de Saúde Regional, até 07 de dezembro, tinham vacinação completa contra a covid-19 nos Açores 197.309 pessoas (83,4%) e tinham recebido dose de reforço 27.316 pessoas.
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