SNS24. Chamadas sem resposta e 'positivos' que não o conseguem reportar

Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, adianta que o organismo está pronto "para lidar com variações muito significativas", mas que o aumento no fluxo de telefonemas se trata de "uma situação nova".

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Daniela Filipe
30/12/2021 09:18 ‧ 30/12/2021 por Daniela Filipe

País

Covid-19

Se no início de dezembro a Linha SNS24 atendia 70 mil chamadas por semana, esse número é, agora, registado diariamente. Aliás, segundo as estimações dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o valor está acima das 100 mil. Cerca de 30 mil telefonemas ficam sem resposta todos os dias, com os ‘positivos’ à Covid-19 sem forma de o reportar.

Ainda que os números de requisições de testes PCR e de declarações de isolamento sejam elevados – foram, respetivamente, 33.500 e 24.100 só esta terça-feira – a RTP avança que muitas pessoas que testam positivo à Covid-19 ficam dias sem o conseguir reportar.

Na verdade, no passado dia 27, a SIC Notícias alertou que os utentes esperam horas para serem atendidos e que quem tem ligado é logo convidado a desligar.

“Estimamos, neste momento, estarmos a receber na linha acima das 100 mil chamadas por dia. E, portanto, estimamos estar a atender cerca de dois terços das chamadas que recebemos”, informa Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, em entrevista à SIC Notícias.

O responsável adianta que o organismo está pronto “para lidar com variações muito significativas”, mas que o aumento no fluxo de telefonemas se trata de “uma situação nova”.

Nesse sentido, ao total de cinco mil colaboradores juntar-se-ão mais 750 elementos até ao final da segunda semana de janeiro, apesar da escassez de profissionais disponíveis para prestar serviço no ‘call center’.

Ricardo Mexia, presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública, defendeu ontem que deveriam ter sido antecipados os reforços agora anunciados, uma vez que "a Linha SNS24 não tem a capacidade necessária, como se tem constatado nestes últimos dias, e naturalmente que aquilo que são os meios alocados para o rastreio dos contactos também não é suficiente para esta magnitude de casos", disse o responsável, à Lusa.

O especialista acrescenta que "ou há efetivamente uma alteração naquilo que é a abordagem do problema, ou então tem que haver uma significativa mobilização de meios para fazer face a estas necessidades".

Leia Também: Jerónimo não comenta revisão de critérios e insiste no reforço do SNS

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