"A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência crescente a nível nacional, em especial na região de LVT [Lisboa e Vale do Tejo]", refere o relatório de monitorização das Linhas Vermelhas divulgado esta sexta-feira.
De acordo com o documento da Direção-Geral de Saúde e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA), "a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, embora com tendência estável, revelando assimetrias regionais".
"É provável um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade. A sua magnitude é ainda incerta, mas resultará do rápido aumento do número de casos e será condicionada, também, pela provável menor gravidade da infeção pela variante Ómicron, e pelo efeito protetor da vacinação, em especial da dose de reforço", lê-se no relatório.
O documento assinala também que a capacidade de rastreamento de contactos de casos "revela sinais de pressão".
O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 1.206 casos, "com tendência fortemente crescente a nível nacional e em todas as regiões", revelam as autoridades.
Especificamente no grupo etário com idade superior ou igual a 65 anos, o número de novos casos de infeção 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 359 casos, com "tendência fortemente crescente a nível nacional".
No que diz respeito à transmissibilidade da doença, o R(t) apresenta valor igual ou superiora 1, "indicando uma tendência crescente da incidência de infeções a nível nacional (1,35) e em todas as regiões. A região de LVT foi aquela em que se registou o valor mais elevado do R(t) (1,42).
Quanto às hospitalizações, o número de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente revelou uma "tendência estável", correspondendo a 59%(na semana anterior foi de 61%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas.
A mortalidade específica por COVID-19 também apresenta uma "tendência estável", com 21,1 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes. "Esta taxa de mortalidade revela um impacto elevado da pandemia na mortalidade", pode ler-se.
O relatório indica que a variante Ómicron é já dominante em Portugal, tendo uma proporção de casos estimada de 82,9%no dia 29 de dezembro de 2021.
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