O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, considerou esta quinta-feira que o adiamento da votação da proposta de orçamento municipal para 2022 foi “mais uma irresponsabilidade do Partido Socialista”.
“Depois de ter consultado os documentos, dizer que há um número de uma página que devia estar noutra página… Isso não é um erro técnico, é algo que se poderia ter corrigido imediatamente na reunião”, apontou o social-democrata em entrevista à SIC Notícias.
Lembrando que o PS já tinha afirmado que iria viabilizar o orçamento e que depois o “bloqueou”, Carlos Moedas considera que o impasse dos socialistas “cria uma relação impossível em termos de confiança”. E atira: “As medidas não avançam porque há um bloqueio do Partido Socialista dentro da Câmara Municipal”.
Com o adiamento da votação, o autarca acusa o PS de “bloquear os transportes públicos gratuitos” e um “plano de saúde” para os idosos.
Questionado sobre as “dificuldades” de governar a cidade “sem maioria absoluta”, Carlos Moedas afirma que “tem andado a tentar tudo para conseguir consensos” e frisa que este orçamento “mantinha muitas coisas do Partido Socialista”, que liderou a cidade até às últimas eleições autárquicas, pelo que “não havia razão nenhuma para o partido votar contra”.
“Obviamente, juntei ao orçamento aquilo que eram as minhas ideias, mas tive um cuidado: quem for ver este orçamento, vai ver projetos que eram do Partido Socialista e que eu vou manter exatamente para esse compromisso que estou a fazer. Vou continuar a lutar todos os dias com as minhas forças porque aquilo que me interessa são os lisboetas”, afirmou.
O autarca teceu duras críticas às “táticas” e “jogos políticos” do PS, que “não permitem que as medidas avancem”, e assegura que não é “esse tipo de político”.
“É uma coisa que me atormenta, realmente, ter de lidar com esta política a este nível. É uma política para destruir”, considerou.
Apesar das críticas ao PS, Carlos Moedas confessa que “trabalha muito bem” com o Partido Comunista Português (PCP) na Câmara de Lisboa, um “partido exemplar porque aquilo que diz é aquilo que faz”, considerou.
Sublinhe-se que a votação do orçamento e das Grandes Opções do Plano para 2022-2026 foi esta tarde adiada após o PS ter alertado para "um erro de 40 milhões de euros", mas que o vice-presidente da câmara considerou tratar-se de "tentativa de criar confusão".
[Notícia atualizada às 23h13]
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